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OPÇÕES ÀS BIBLIOTECAS COM CARÊNCIAS FINANCEIRAS PARA INFORMATIZAÇÃO

Organizar, manter, e potencializar serviços e produtos de uma biblioteca é cada vez mais difícil realizar sem dispor de recursos tecnológicos. Ferramental que todo bibliotecário necessita para atender condignamente a sua comunidade usuária. Até porque, a sociedade está crescentemente fazendo uso das tecnologias de informação e comunicação. Neste sentido, bibliotecários precisam despender esforços na superação das adversidades (sociais, econômicas e políticas), e promover, nem que seja a “fórceps”, a inclusão digital da biblioteca para o bem da população. Para alguns modelos de bibliotecas que não gozam de prestigio político e social, conservar-se em processos manuais ou tradicionais é fadar-se a uma morte angustiante, o esquecimento e a desimportância. Então é preciso despender esforços.

 

Ainda que, os “partidos políticos” se omitam em defender o direito de acesso à informação, a educação, e a cultura do cidadão. Ainda que governantes eleitos sob promessas cidadãs se transvertam de “imperadores”. Ainda que os aspones determinem as prioridades dos “imperadores” e não da sociedade. Ainda que toda a fauna política teime em fechar bibliotecas públicas, determinar que estudantes cuidem de bibliotecas escolares, quando não são jogadas no lixo ou vendidas para reciclagem de papel, ou coisa pior, serem reduzidas ao esquecimento e a desimportância. Então é preciso despender esforços.

 

Para colaborar com a comunidade bibliotecária, contra a obsolescência tecnológica e a carência financeira e política das bibliotecas, apresentamos sugestão de programas. Certamente, outras sugestões são encontradas em artigos especializados e sites profissionais da área. A lista de indicações é formada de programas de uso livre e gratuito, que pode ser utilizado por toda biblioteca que luta para viabilizar socialmente as suas atividades.

 

Começamos pelo sistema operacional, programa essencial para o controle e coordenação de todas as operações de um computador. O sistema dominante no mercado cobra por cada de licenças de instalação. Se a biblioteca tiver muitos equipamentos, os custos acabam sendo alto. A sugestão recai sobre o padrão Linux um sistema operativo, multitarefa, multiusuário, para computadores pessoais (PCs), e em constante evolução. Neste segmento, o Ubuntu tem se tornado popular pela facilidade de instalação e uso. Contém vários aplicativos (navegador web, programas de apresentação, edição de texto, planilha eletrônica, comunicador instantâneo e muito mais) passíveis de uso na biblioteca. Mas se a biblioteca possui alguma versão do Windows instalado, há alternativas gratuitas que podem ser utilizadas sem aumentar os custos de investimento tecnológico.

 

Toda biblioteca necessita produzir texto, encaminhar ofícios, pedidos de ajuda ou de auxílio. Necessita fazer apresentação das atividades e do uso dos seus recursos. Realizar controle contábil, de pessoal, ou de freqüência. Neste tópico, uma alternativa ao padrão Office da Microsoft é o Openoffice que conta com: editor de textos, planilha eletrônica, gerenciador de apresentações, editor de páginas web, ferramenta para ilustrações e mais. É totalmente compatível com o Office (possui suporte até para o Office XP), mesmo na interface é muito semelhante, o que facilita a vida do bibliotecário formado na plataforma comercial.

 

Uma versão brasileira compilada do pacote OpenOffice.org com as mesmas funcionalidades é o BrOffice.org. No Brasil assumiu esta designação devido a problemas com a marca Open Office, registrada anteriormente por uma empresa do Rio de Janeiro, obrigando a troca do nome do produto. Tanto Openoffice ou BrOffice, são produtos únicos que podem rodar tanto em Linux quanto em Windows, oferecem recursos úteis à biblioteca como, por exemplo, gerar arquivos diretamente em padrão pdf (Portable Document Format).

 

Outras ferramentas essenciais às atividades bibliotecárias indicadas:

 

Thunderbird: leitor de email para quem quer tirar o melhor proveito na comunicação eletrônica com usuários, ou aplicação de serviços de disseminação seletiva. A ferramenta conta com inúmeros recursos de operação, além das extensões que potencializam o programa, podendo auxiliar o bibliotecário na criação de um cliente de email compatível com as necessidades da biblioteca. Oferece recurso de integração com o webmail do Google – gmail.

 

Firefox: alternativa enriquecida ao Windows Internet Explorer para navegação na web. Fornece a biblioteca condições de gerenciar acessos, opções de configuração e personalização ao trabalho de pesquisa do bibliotecário. Neste aspecto apresenta: corretor ortográfico, proteção contra páginas falsas, navegação em abas, integração RSS, restauração da sessão. Na personalização, permite instalar extensões que criam novas funções ou modificam o visual do programa. Outra opção de navegador para as bibliotecas é o Opera, recomendado por apresentar inovações destacadas em relação aos seus concorrentes, como: cliente BitTorrent embutido (útil para baixar arquivos), e baixo consumo de memória da máquina. É dos raros programas de navegação aprovados no teste Acid2 (mede o suporte a um conjunto de padrões da web). Há o Flock denominado “browser para web 2.0” pela integração com serviços online como: Facebook, YouTube, Flickr e del.icio.us.

 

Gimp: avançado editor de imagens de código aberto. Desenvolvido inicialmente para o Linux, ganhou versão para Windows. Embora gratuito não deve nada aos programas mais famosos da categoria (Adobe Photoshop).

 

Para visualização de imagem, pequenos retoques, e operação em lotes de arquivos a indicação é o freeware IrfanView. Não apresenta recursos sofisticados, mas trabalha com uma grande variedade de formatos. É um sistema de baixo consumo da máquina, indicado também para uso em equipamentos antigos.

 

Cute PDF Write: gerador de pdf gratuito. Instala-se no computador como se fosse uma impressora. Seguindo o processo de impressão de documento, é possível convertê-lo para formato. A desvantagem é não oferecer recursos para compressão, assinatura digital ou criptografia, encontrados em aplicativos comerciais. Suporta diversos formatos de imagens (BMP, GIF, JPEG, MNG, PCX, PDF, PNG, PS, PSD, SVG, TIFF, TGA, XPM e muito mais). Para leitura de arquivos pdf, a opção gratuita é Foxit PDF Reader, um leitor leve (apenas 1,5 MB). Se o bibliotecário desejar experimentar alternativa do gênero, há o software livre DjVu,  uma plataforma e também um formato para distribuir documentos e imagens na web. O programa pode substituir formatos PDF, PS, TIFF, JPEG, e GIF. O Conteúdo estruturado com DjVu é rápido de abrir, e consome menos recursos da máquina do usuário. É uma ferramenta utilizada por organizações  acadêmicas, comerciais, governamentais, e não-governamentais.

 

7-Zip: opção de compactador gratuito. É compatível com uma variedade de formatos de arquivos, incluindo os populares ZIP e RAR. Permite dividir arquivos grandes em partes menores. Uma mão na roda para bibliotecas que necessitarem distribuir arquivos ou fazer intercâmbio de informações ou dados. Outra opção é o IZARC com interface simples, recursos básicos de compressão, e facilidade de operação.

 

Antivírus é um recurso indispensável para qualquer biblioteca. As indicações recaem em dois programas gratuitos:

1.     O AVG Antivírus Free é um sistema leve, ocupando 33 Megabytes de memória, adequado até para instalação em máquina de pouca capacidade. Pela simplicidade e diferentemente dos pacotes pagos, o programa não vem com firewall ou filtro anti-phishing, obriga a biblioteca a complementar a proteção de seus sistemas com outros programas.

2.     O Avast apresenta interface simples, com mecanismo de atualização periódica. Ressalte-se que ambos os programas não garantem uma proteção de 100%. Porém, são opções válidas para as bibliotecas que não têm como investir em alternativas pagas e de maiores recursos.

 

Se os antivírus indicados carecem de recursos completos de proteção para os computadores das bibliotecas, as alternativas gratuitas de complementação podem ser:

1.     ZoneAlarm Free, um clássico entre os firewalls, oferece proteção básica aos equipamentos. Não permite configurações individuais para aplicativos instalados, nem criar manualmente regras de bloqueio ou liberação de acesso ao computador. Se a exigência do bibliotecário limitar-se a estabelecer um obstáculo contra invasões, o software é uma boa opção.

2.     Comodo Firewall Pro, que oferece recursos de detalhamento de configuração e avisos descritivos de aplicativos instalados e controle de acessos. O programa conta com atualização automática, e mostra os programas com maior uso de conexão à internet. Para o gestor da biblioteca um sistema interessante.

 

A melhor proteção para as informações da biblioteca é fazer backup dos seus arquivos. Os serviços online ainda não se tornaram populares no país, mas como os discos rígidos estão mais baratos, assim como os gravadores e mídias DVD são possíveis a qualquer bibliotecário cuidar com atenção das suas informações. Um sistema gratuito é o Cobian Backup que conta com opções completas de cópia de arquivos, podendo realizar backup em pastas locais ou da rede. Comprime os arquivos e aplica criptografia.

 

Se a biblioteca tem necessidade de gravar CD ou DVD, a alternativa de programa é o CDBurnerXP. Apresenta interface semelhante ao Windows Explorer para gerenciamento dos arquivos por meio do arrasta e solta.

 

Manipular arquivos de vídeo é uma prática atualmente corriqueira, na biblioteca. Para a necessidade de cópia de backup de DVD, comprimir ou excluir itens como trailers, trilhas de áudio etc., a opção é o DVD Shrink.

 

Comunicação direta com os usuários sem altos gastos com o telefone a opção é o Skype (no uso gratuito ou na compra de créditos), programa para conversão por voz na internet e possibilidade de realizar videoconferência, um suporte para trabalhos colaborativos.

 

Uma das ferramentas essenciais para o bibliotecário são os sistemas de gerenciamento de bibliotecas. Atualmente, há uma variedade crescente de sistemas, relacionamos alguns:

 

Koha é um completo código aberto. Desenvolvido inicialmente na Nova Zelândia pela Katipo Communications Ltd, e a primeira versão distribuída em janeiro de 2000 para a Horowhenua Library Trust, é mantido por uma equipe de especialistas em tecnologia de biblioteca. Utilizável aos vários tipos de bibliotecas (públicas, escolares, acadêmicas, jurídicas, especiais, corporativas, religiosas ou comunitárias). Atualmente, LibLime é  um provedor de soluções para biblioteca em código aberto. Seu modelo de negócio  não pensa o software como produtos, mas como prestação de serviço. Atua no fornecimento de software baseado no Koha, prestando serviço de migração, treinamento de pessoal, suporte, manutenção, e desenvolvimento de soluções customizadas  às necessidades de cada cliente.

 

OpenBiblio é um sistema para automatização de biblioteca (universitárias e escolares), contendo função de OPAC, circulação, catalogação, e funcionalidade de administração de pessoal, embora não seja nacional é um sistema já customizado para o nosso ambiente. Outro código aberto para automação dos processos de uma biblioteca é o nacional Gnuteca. Criado sob orientação de um grupo de bibliotecários, e desenvolvido com base em testes na biblioteca Centro Universitário Univates, estando em operação desde fevereiro de 2002. É software aderente a padrões conhecidos e utilizados por bibliotecas, como o ISIS (Unesco) e o MARC21 (Library of Congress).

 

Repositórios de software são fontes a serem periodicamente consultados pelos bibliotecários, na busca de recursos para as necessidades de informatização.

 

Repositórios gerais:

·        Superdownloads – softwares variados (comerciais e gratuitos).

·        Baixaki – softwares variados (comerciais e gratuitos).

·        INFO Online – softwares variados (comerciais e gratuitos).

 

Específicos para bibliotecas:

·        Library Automation Tools For You

·        oss4lib – open source systems for libraries

·        Open source software in libraries

·        SobreSites - Biblioteconomia

 

As opções, atualmente, são variadas e para diversas aplicações. A boa utilização requer do bibliotecário uma disponibilidade de tempo para aprender, e desvendar todas as funcionalidades dos programas. Aumenta a alternativa de informatizar a biblioteca sem gastar com compra de software, só com o investimento de tempo no aprendizado, ou se preferir pagar pela prestação de serviço em treinamento. Por fim, a biblioteca só não será informatizada pela falta de bibliotecário no sistema, ou a falta deste em ser pró-ativo em buscar soluções de informatização.


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FERNANDO MODESTO

Bibliotecário e Mestre pela PUC-Campinas, Doutor em Comunicações pela ECA/USP e Professor do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP.