POR QUE MESMO ESCOLHI A BIBLIOTECONOMIA?
A
Minha relação com
Pois bem, naqueles dois anos pude conhecer muitas coisas nesta universidade, entre elas, estava o
Naquela época, estudava de manhã e passava o dia todo na UEL, pois participava de projetos de extensão e ensino. Devido a distância da Universidade e minha casa no centro da cidade, fazia minhas refeições no RU e também passava muitas horas na Biblioteca Central. Como típica caloura, estava admirada com a beleza do campus, com seu funcionamento e acreditem, maravilhada com o academicismo.
Acredito que uma das coisas que mais influenciou para esta escolha de curso, foi o contato
Passava horas na biblioteca para estudar, procurar livros, usar a internet (quando era possível), dormir, xeretar onde não devia, sei lá se não podia... Também já passei umas horas arrumando livros na estante, não porque era contratada para fazer isso, simplesmente fazia por curiosidade de saber como estavam dispostos os livros nas estantes, também porque gostava da biblioteca e sentia pena do rapaz que passava horas guardando os livros com movimentos repetitivos.
Era mesmo curioso saber por que os livros de teatro estavam nos números 792..... A452m sem contar que não era apenas na UEL que era assim, em outras bibliotecas também “... será que havia uma padronização para isso? Como será que eles fazem pra colocar tudo nesta ordem? Por que o livro de História concisa do teatro brasileiro estava na 792 e peças do teatro brasileiro estavam na 869 (81) 45 - 687...? Não era tudo teatro? Deveria estar na 792 ora bolas!” Assim pensava eu quando olhava para aqueles livros enfileiradinhos.
Um detalhe que acho interessante apontar, é que ao contar sobre esta ação de guardar os livros na estante, de tentar entender sobre a ordem numérica colada nas lombadas dos livros, outras pessoas que não são da área, ao ouvir isso, logo se identificam e respondem: eu também já fiz isso! É interessante ver que pessoas de fora da nossa rotina de trabalho, têm interesse pelo nosso universo, assim como eu, outras pessoas se sentiram num ambiente cheio de segredos a serem desvendados, num labirinto em que a cada caminho, algo novo era encontrado. Muitas vezes me sentia assim, a cada dia, algo novo da biblioteca eu descobria.
Além dessa experiência voluntária (no sentido mais literal da palavra), também alguns professores nos forçaram a descobrir coisas da biblioteca; eu me permiti vivenciar isso, outros nem tanto. Naquela época, eu já sabia que ali se encontrava o xerox para a tal da norma da ABNT, sabia que havia um pessoal que ficava na entrada que nos ajudava quando precisávamos. Também sabia o que era aquele material que fica perto desse pessoal, se chamava e ainda se chama, Obras de Referência, foi lá que tive acesso a muitos dicionários e enciclopédias e também a uma coleção especial doada por um arquiteto famoso da cidade... Sabia também onde ficavam as revistas de teatro, cadernos de teatro e as revistas da SBAT. Não só xeretava nos livros e revistas de teatro, mas também em livros de outras áreas, nos jornais, sabia também que existia uma audioteca, apesar de nunca tê-la visto de fato. Também tinha ouvido falar que existiam fitas K7, CDs e DVDs no acervo, foi uma vez que eu pedi para uma moça que trabalhava nesse balcão da frente, do Serviço de Referência e Informação, para que ela me apresentasse
Recordo-me de quando entrei na biblioteca pela primeira vez... Cheguei para emprestar livro na primeira semana, com comprovantes e documentos na mão e não tinha ninguém para fazer minha carteirinha. “Mas como assim? E como eu ia emprestar o livro sem carteirinha? Que absurdo!” Sem contar que eu não encontrava em lugar algum aquele armário de gavetas que tinha as fichas dos livros... Senti até vontade de ir embora e não voltar mais... Até que a atendente do balcão ao me questionar se eu era caloura, me informou que era para esperar o recebimento da carteirinha de estudante, que sairia em breve no meu centro de estudo e a partir daquele momento poderia pegar livros.
Depois de retirada a carteirinha, lá fui eu para
Depois deste segundo encontro, minha impressão dela melhorou bastante, mas foi aos poucos que ela foi me conquistando e despertando esses interesses que relatei... Em grande parte, foi este namoro com a BC/UEL que me levou a minha escolha por trabalhar num ambiente como este. É claro que não foi apenas isto que influenciou, mas isso fica para uma outra história...