O ESTUDANTE + BIBLIOTECONOMIA - STATUS = UMA QUESTÃO AINDA NÃO RESOLVIDA
Tudo começou quando li na seção “Guia” da Revista Veja de novembro (Edição 2088, 26/11/2008) um artigo que se intitulava “Procuram-se novos especialistas”. A matéria trazia novos nichos que se criaram a partir da demanda do mercado, e dentre as novas profissões ou atividades relacionadas estavam a de “Analista de Palavras-chave” e “Arquiteto de Informação”.
A matéria ainda trazia uma breve especificação a respeito do que consistem essas atividades e relacionava única e exclusivamente os profissionais da ciência da computação para suprirem esta demanda. A minha indignação foi tremenda.
Pensei imediatamente em criar uma campanha para encher a caixa postal da revista Veja de protestos, e comentei a respeito
O começo
Começar qualquer coisa na vida é sempre difícil. O novo é sempre um campo desconhecido, cheio de percalços e caminhos ainda desconhecidos. É natural ficarmos com medo, receosos. E ao escolher um curso universitário as coisas não são diferentes.
Existe muita coisa
Para o estudante que resolve iniciar um
Para quem procura status e reconhecimento desde a graduação,
De uma forma geral, as pessoas desconhecem os afazeres de um bibliotecário, ou acham a profissão datada e medíocre. Não raro já ouvi comentários de estudantes de outros cursos se perguntando o que se aprende num curso como o de Biblioteconomia. Em tom de escárnio citaram como possibilidades: encapar livros, tirar pó de livros, organizar as coisas em ordem alfabética, entre outras simplificações.
A realidade
A verdade é que por mais que nós que estamos por dentro da área de Ciência da Informação saibamos dos nossos valores, qualidades e da nossa importância dentro da sociedade; é muito cansativo ficar, grosseiramente falando, dando murro em ponta de faca. É muito duro ter que ficar explicando a todo momento para os desavisados o que se aprende num curso de Biblioteconomia. Ou ter de discutir com os simplificadores e minimalistas, que acreditam que só podemos trabalhar nas bibliotecas, ou pior ainda, que só guardamos e cuidamos dos livros.
Assim como é muito difícil também constatar que uma revista como a Veja, que independente de opiniões favoráveis ou desfavoráveis, é uma das maiores do país e talvez seja
A batalha
É muito difícil para o estudante de graduação ter de lidar com todos esses fatores. A graduação é uma fase de aprendizagem, de descobrimento, e para o estudante de Biblioteconomia este agravante da falta de status perante aos colegas de outros cursos é uma batalha a ser vencida diariamente.
Nem todos estão preparados. Nem todos estão interessados em mudar este paradigma. E mesmo com o bônus de esta falta de status facilitar a própria entrada na universidade (a concorrência para o
Na UEL esta auto-estima do estudante de Biblioteconomia é trabalhada em algumas disciplinas e com mais afinco por alguns professores. Mas, a verdade é que este bem estar
Nós, estudantes de graduação de Biblioteconomia somos os porta-vozes do nosso curso. Também depende de nós quebrarmos essa visão estreita e preconceituosa da sociedade, por mais cansativa que a tarefa o seja em vários momentos.
Eu me considero um “embaixador” do curso, sempre que possível gosto de falar bem da Biblioteconomia, e acho que assim estou fazendo a minha parte. E torço muito para que tantos outros felizes estudantes de Biblioteconomia espalhados pelo Brasil também estejam fazendo a sua.
PS: sobre a campanha para encher a caixa de e-mails da Veja de mensagens, eu e mais um amigo conseguimos enviar juntos 11 e-mails utilizando contas diversas. No total o assunto figurou na lista da semana seguinte na seção de Cartas da revista como o quarto tema mais comentado, com 13 mensagens, e uma das mensagens que enviei com o pseudônimo