BIBLIOCONTOS


BONS ARES NA BIBLIOTECA

A Chefe da Biblioteca o chamara e fizera uma recomendação.  Ele devia ir ao médico e, para tanto, estava liberado.

Devia entender que o seu problema de saúde afetava o seu desempenho, dos colegas e dos usuários que necessitavam de um espaço tranquilo para ler e estudar.

Sem alternativas, e ciente do problema o Bibliotecário vai ao médico:

- Doutor, tenho este problema de flatulência. Solto à vontade uns 40 por dia. Felizmente não cheiram mal, mas o barulho é tão desagradável, e eu trabalho em uma biblioteca. Fui até advertido pela chefia, pois isto incomoda os colegas e, principalmente, os usuários. Preciso urgente solucionar o problema, nem que seja ao menos diminuir o barulho.

Depois de analisar o caso e examinar o paciente, o médico toma uma primeira providência:

- Meu senhor, vamos iniciar um tratamento por etapas. Primeiro você irá tomar estes comprimidos, três por dia, durante uma semana. Ao final de uma semana você retorna para seguir com o tratamento. Não esqueça, três comprimidos, e volta daqui uma semana.

Passado uma semana, o Bibliotecário retorna, mais nervoso, pois fora ameaçado de demissão se não se curasse:

- Doutor, por favor! O senhor precisa fazer algo mais eficaz, a medicação que receitou não deu resultado, ao contrário. Antes os gases não cheiravam, agora eles não só continuam, como passaram a cheirar horrivelmente. Causei uma revolta na biblioteca. Colegas me ofendem, outros querem me processar na ética do CRB. Por favor, o senhor tem que fazer algo e urgente.

O médio, calmamente, responde:

- Calma, calma! Você pode ficar tranquilo, agora que já tratei da sua sinusite, iremos tratar da flatulência.

Moral da história. O silêncio é ouro, mas janelas que ventilam, na biblioteca, não têm preço.

Autor: Fernando Modesto

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FERNANDO MODESTO

Bibliotecário e Mestre pela PUC-Campinas, Doutor em Comunicações pela ECA/USP e Professor do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP.