GERAL


JORNADAS PAULISTAS DE BIBLIOTECAS ESCOLARES


Maria Helena T. C. Barros

 

Que a educação no Brasil está no fundo do poço, ou quase lá, ninguém mais duvida. Organismos internacionais apontam, a mídia evidencia e o governo federal já dá mostras de despertar para essa grave questão, fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar de qualquer nação.

 

Em nosso país, a educação é estadualizada, embora esteja submetida às diretrizes emanadas do Ministério da Educação, o MEC.

 

Assim, no que diz respeito ao estado de São Paulo, a gestão do governador José Serra tem indicado que essa é uma prioridade: resgatar a qualidade do ensino público, dentro do quadro de universalização da escola fundamental, pelo menos. Estabeleceram-se metas, num decálogo objetivo, já divulgado entre os sujeitos envolvidos e à sociedade em geral.

 

Entretanto, o Conselho Regional de Biblioteconomia – 8a. Região – São Paulo (CRB-8), que representa os profissionais da área em âmbito estadual, surpreendeu-se negativamente com a omissão do Governo, nesse decálogo, com relação à informação e ao conhecimento fora da sala de aula. Tradicionalmente, a escola sempre contou com um espaço destinado a esse setor, que se sucateou em termos de acervo e de atuação, principalmente nas duas últimas décadas.

 

Enquanto o ensino particular exibe a biblioteca como fator de marketing institucional, a escola pública dribla a questão com os mais diversos artifícios: não lhe dá o “golpe de misericórdia” mas também não a tira da boca do limbo, ao arrepio da lei. 

 

“Não é prioridade”, diz a secretária-adjunta da Educação, professora Iara Prado, “pelo menos, não agora”. Quando será?

 

Até os leigos sabem que a biblioteca escolar, com material multimídia literário e não literário, bibliográfico e não bibliográfico, é um forte instrumento de apoio e complementação à sala de aula. Mas, para que assim seja, é preciso que esteja com a informação organizada e ofereça programas e atividades compatíveis com o nível de escolaridade e do avanço intelectual da comunidade escolar, que é mais ampla do que o alunado, envolvendo professores, técnicos, etc. Isso envolve competência e preparo contínuo dos encarregados; e não é o leigo quem está capacitado nem habilitado para assumir esse encargo, com tais aspectos e prerrogativas.

 

As discussões estão na pauta. Atento ao momento político atual, o CRB-8 tomou a decisão de organizar as Jornadas Paulistas, que ocorrerão todas no dia 10/11/2007, aproveitando-se da parceria e da infra-estrutura do campus universitário de Marília (UNESP), Santo André (FAINC) e Lorena (FATEA), para discutir o papel da biblioteca escolar e do bibliotecário dentro e fora da escola, a organização da informação e da leitura nesse universo, e as políticas públicas que envolvem esse segmento no cenário da educação pública.

 

Com isso, o CRB-8 espera evidenciar e sensibilizar a comunidade e os profissionais atingidos, bem como aprofundar as discussões  no setor, ao dar sua parcela  de esforços e participar das  medidas de ordem prática que contribuam para resgatar/atingir a almejada qualidade do ensino/da aprendizagem.



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OSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JÚNIOR

Professor associado do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP/Marília. Doutor e Mestre em Ciência da Comunicação pela ECA/USP. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação da UFCA- Cariri - Mantenedor do Site.