TEXTOS DE FICÇÃO


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UM CORDEL SOBRE LEITURA

Vou armar esse cordel

De um jeito diferente

Pois eu já falei de fábulas

Ou então do sertão quente

De livros eu falo agora

Monto rimas sem demora

Ofereço esse presente.

 

Livros em bibliotecas

De bairros ou escolares

Livros em casa de pobre

Ou de quem come manjares

O dinheiro não importa

Que agora eu abro a porta

Livros em todos lugares.

 

Quero livros na estante

Ou então na cabeceira

Quero livros na cozinha

Livro sério ou brincadeira

Livro caro ou barato

Na cidade ou no mato

Menos livro na fogueira.

 

Livro existe com leitura

Cada página, uma história

Livro existe se contado

Com ou sem dedicatória

Fino, grosso, grosso ou fino

Para adulto ou menino

Ler um livro é uma vitória.

 

Livro de intelectual

Às vezes comprado em sebo

Com as páginas amarelas

Cada fungo ali percebo

Quero essa informação

Dentro do meu coração

Tudo lendo eu recebo.

 

Quero mais que alfabeto

Mais do que abecedário

Quero ver cada leitor

Dizendo: - Eu já sou páreo

Pois eu tenho a leitura

Com toda desenvoltura

Dentro do meu calendário.

 

Livros de todos os gêneros

Pra leitura ter a chance

Só não vai ler quem não quer

Aprofunde o relance

Terror ou contos de fadas

Belas páginas ilustradas

Pros amantes tem romance.

 

Leitura, grande universo

Seja prosa ou poesia

Ao ganharmos um leitor

O mundo sente alegria

Leitura é arte pura

Pois um povo sem leitura

É como um cego sem guia.

 

Seja ela feita oral

Seja introspectiva

Cada cidadão que lê

Deixa sua vida viva

Vem pra si todo talento

Por nenhum conhecimento

Do mundo ele se priva.

 

Pois narrando essa leitura

Eu produzo o arranjo

Sinto toque de viola

Clarinete, flauta e banjo

Afinal, o saber tinge

Que a leitura atinge

A criança e o marmanjo.

 

Pois contamos para o mundo

O quanto a leitura é grande

Peço a cada leitor

Vire a página e ande

Não cometa ladainhas

Caminhe em novas linhas

Novo universo expande.

 

Leitura é primordial

É quebrar sempre o jejum

Um leitor sempre ativo

Não é cidadão comum

Até a doença cura

Pois um povo sem leitura

Não vai a canto nenhum.

 

Faço uma comparação

Nessa estrofe eu aprumo

Para o caminho dos livros

Indico o certo rumo

Livro é calado e garganta

Leitura é como a planta

Rego, planto e consumo.

 

Livros são meus companheiros

São as flores do jardim

São suspenses, dores, vidas

Calmas, risos, estopim

Esse poeta revela

Eu nunca vivo sem ela

Ela não vive sem mim.

 

A leitura inicia

Pelos olhos da razão

E trespassa calmamente

No campo da intuição

Se pelos olhos começa

Pelo ouvido processa

E chega ao coração.

 

Meus amigos, parto já

Findo essa poesia

Termino o meu cordel

Com amor e alegria

O poeta vai embora

Mas, volta em outra hora

Adeus, até outro dia.

Autor: César Obeid
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Seção Mantida por OSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JÚNIOR

Professor associado do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP/Marília. Doutor e Mestre em Ciência da Comunicação pela ECA/USP. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação da UFCA- Cariri - Mantenedor do Site.