MANIFESTANTES ‘ABRAÇAM’ CENTRO CULTURAL DE SP EM PROTESTO CONTRA GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Prefeito João Dória quer colocar local e mais 52 bibliotecas municipais sob tutela de OSs
Manifestantes “abraçaram” o Centro Cultural São Paulo, no Centro de São Paulo, nesta quarta-feira (25). O ato ocorre em protesto contra o projeto do prefeito João Doria (PSDB) de colocar o local e 52 bibliotecas municipais sob a tutela de organizações sociais (OSs).
O grupo deu as mãos e fez um cordão humano em frente ao prédio que fica na Rua Vergueiro.
A transferência da administração do Centro Cultural e das bibliotecas foi anunciada no começo do mês pelo secretário municipal da Cultura, André Sturm. Segundo ele, seria “muito difícil” para a Prefeitura fazer a gestão direta dos equipamentos.
“Para poder contratar artistas tem que fazer uma série de procedimentos. É muito complexo a Cultura ligada na administração direta. Então, esses são os próximos”, afirmou.
A organização social é uma qualificação concedida pela Prefeitura a uma entidade privada e sem fins lucrativos para que ela possa prestar serviços que, em tese, deveriam ser de responsabilidade do poder público. A escolha das entidades é realizada por meio de um chamamento público com diversos requisitos, como a transparência das contas.
O Theatro Municipal já é administrado por uma organização social e, no ano passado, se viu envolvido em um escândalo de corrupção que teria desviado cerca de R$ 18 milhões dos cofres públicos, conforme apurou a Controladoria Geral do Município (CGM).
A lista de 52 bibliotecas do município não inclui a Mario de Andrade, na região central. Ainda em relação a elas, Sturm anunciou um programa chamado Bibliotecas Vivas, que vai estender seus horários de funcionamento: “Isso é programa para o primeiro semestre. Vamos deixar as bibliotecas abertas no final de semana, que é quando as pessoas estão em casa, quando as pessoas estão ali por perto”.
Além de abrirem por mais tempo, Sturm promete passar a oferecer atrações diferentes nas bibliotecas da cidade. "Vai ter show de música, teatro, dança, circo, ballet, palestra e vai ter livro. Com a multiplicação dos equipamentos digitais, muita gente nunca viu um livro na vida, se não for na escola. Então, a gente quer levar as pessoas para biblioteca por outros motivos para que, no fim, ela pegue um livro também", concluiu.