GERAL


PROJETO REÚNE ACERVO GLOBAL NUM ÚNICO SITE, DISPONÍVEL NAS SEIS LÍNGUAS OFICIAIS DA ONU E EM PORTUGUÊS


Bruna Tiussu

 

Até o Google deve ter ficado com inveja. Pela primeira vez na história, um projeto pretende reunir num só portal livros, manuscritos, mapas, filmes, fotos e músicas do mundo todo. Como uma Biblioteca de Alexandria, a comparação é inescapável, dos tempos da web, a Biblioteca Digital Mundial (BDM) foi inaugurada em abril, com 5 mil itens. Entre eles estão, por exemplo, raridades como manuscritos científicos árabes, a Bíblia do Diabo sueca, do século 13, e a coleção de fotos de d. Pedro II. Tudo original e gratuito.

 

Coordenada pela Biblioteca do Congresso Americano em parceria com a Unesco e a Federação Internacional das Bibliotecas, a BDM está disponível nas seis línguas oficiais da ONU (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo), mais o português.

 

O Brasil participou por meio da Fundação Biblioteca Nacional, que forneceu 1.500 mapas e 1.200 imagens. Recebemos o convite porque já tínhamos feito projetos com a Unesco e a Biblioteca do Congresso, diz Liana Amadeo, diretora de Processos Técnicos da fundação.

 

Segundo Abdelaziz Abid, coordenador da BDM, o portal teve mais de 7 milhões de page views e 600 mil visitantes só no dia da inauguração. Acervo digital é um fenômeno global. As pessoas querem informações diferentes, disponíveis de forma ágil.

 

Para Liana, a época das pesquisas nas enciclopédias já passou. Esta geração começa a utilizar as bibliotecas digitais. A próxima não vai saber como era possível viver sem.

 

Leandro Trindade, de 24 anos, aluno do último semestre de Ciências da Computação da UnB, nunca pisou em uma biblioteca para as pesquisas de sua monografia.

 

Trabalho principalmente com as bibliotecas digitais internacionais, que na minha área são muitas. Poderia ficar o dia todo falando das vantagens do acervo digital, mas as principais são: ele é portátil, acho o que quero rapidamente e não gasto papel em impressão. A informação tem de ser livre.

 

Outro defensor da informação livre, Rafael Silva, de 26, mestrando em Educação na USP, faz download de cinco a dez obras por semana, principalmente do site Domínio Público, criado pelo Ministério da Educação. Ele diz que os sites são vitais, porque a distribuição de livros no País é precária. Precisei de um livro que estava esgotado desde 1981, tive que ir até Campinas para consultá-lo. E se o exemplar estivesse em Manaus?

 

O Domínio Público cadastra cerca de 3 mil obras completas por mês. Segundo José Guilherme Ribeiro, responsável pelo portal, o trabalho é feito em parceria com 12 universidades. A maioria do material vem digitalizado. A gente faz o trabalho de coletânea e montamos um banco de dados.

 

Os projetos de digitalização começaram a surgir no Brasil no início da década, para democratizar o acesso à informação. O acervo digital da Biblioteca do Senado, da Biblioteca Nacional e iniciativas de universidades inspiraram projetos como o da Biblioteca Brasiliana, lançada em junho. Parte do acervo, doado pelo bibliófilo José Mindlin, já está disponível na web. Mas a Brasiliana não se restringe ao virtual. Terá uma sede física na USP, com entrega prevista para 2010.

 

(Colaborou Ana Bizzotto)

 

(O Estado de SP, 28/7)


Fonte: JC e-mail 3814, de 28 de Julho de 2009
Divulgado por Sérgio Velho – Enviado para “bibliotecarios” em 30/07/2009

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OSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JÚNIOR

Professor associado do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP/Marília. Doutor e Mestre em Ciência da Comunicação pela ECA/USP. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação da UFCA- Cariri - Mantenedor do Site.