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ALUNOS PROTESTAM CONTRA CENSURA DE LIVRO EM COLÉGIO


Estudantes do Colégio Santo Agostinho, na Zona Sul do Rio, protestaram, nesta sexta-feira (5), contra a retirada do livro "Meninos sem pátria" da lista de leitura do sexto ano da escola. "Ensinar História não é doutrinação de esquerda", disse uma das organizadoras em um alto-falante.

Segundo apurado pelo O Globo, o grupo, formado por cerca de 50 alunos, proferiu palavras de ordem em crítica à censura, pedindo debate e chamando pela coordenação do colégio.

No livro, Luiz Puntel (1981) narra a história de uma família obrigada a viver no exílio por 15 anos durante a ditadura militar. A escola decidiu suspender a leitura da obra após pais alegarem que o conteúdo “doutrina crianças com ideologia comunista” e “discurso esquerdopata”, entre outras críticas.

A estudante Maria Clara Nakamura, de 16 anos, uma das organizadoras do protesto, afirmou à publicação que muitos alunos não ficaram satisfeitos com a decisão e queriam uma explicação para a decisão.

"Queríamos falar com a coordenação do ensino fundamental, onde o livro foi proibido, mas eles são muito fechados ao diálogo. A coordenadora do ensino médio decidiu não se pronunciar. Os pais viram um post sem nenhum fundamento sobre o livro, em uma página de Facebook. No livro, não há nenhuma violência explícita, é uma obra recomendada para a faixa etária dos alunos. A escola sempre foi bem receptiva, mas dos últimos anos para cá as eleições têm ativado os nervos das pessoas. Então a escola resolveu ceder à pressão dos pais. Em períodos normais isso não aconteceria", explicou Maria Clara.

No evento do protesto no Facebook, os organizadores enfatizaram que a manifestação não é um movimento partidário, mas a favor da liberdade de expressão.

O jornalista Ricardo Rabelo, membro da família que inspirou o livro, também esteve no local. Ele se disse orgulhoso da atitude dos estudantes.

"Em vez de promover um debate sobre censura e ditadura, a escola preferiu fazer como era naqueles tempos: Não se fala mais nisso, o debate está encerrado, o livro está proibido. Foi um tiro no pé. O colégio deveria fazer uma autocrítica, reconhecer que errou e abrir um debate sobre isso. E eu estou disposto a vir aqui conversar, contar o que foi o exílio para mim e para a minha família. Nós sofremos, é muita dor ficar longe de casa", opinou Rabelo.

 

Regiaonoroeste.com - Da Redação - 06/10/2018


Fonte: Blog do Galeno

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OSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JÚNIOR

Professor associado do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP/Marília. Doutor e Mestre em Ciência da Comunicação pela ECA/USP. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação da UFCA- Cariri - Mantenedor do Site.