LIVROS VIRAM OPÇÃO PARA ESPANTAR CHATOS NA PRAIA
Fabio Bianchini
Além de alimentar a cachola, livros ajudam a dispensar inconvenientes
Afinal de contas, onde Djavan estava com a cabeça quando veio com essa conversa de dia frio e bom lugar para ler um livro? Certo, ninguém nega o valor de uma leitura ao lado de uma lareira, mas é só na praia que os livros conseguem mostrar a extensão de suas possibilidades: além de passatempo, cultura e informação, servem também para afastar inconvenientes.
O método é conhecido em inglês como book off, onde book (livro) substitui um termo ofensivo. Em português há quem chame de "livro-me de ti".
O procedimento é simples: quando a pessoa vê-se aborrecida pela conversa maçante, mas é simpática demais para mandar embora o interlocutor indesejado, apenas saca o livro da bolsa e começa a lê-lo.
— É claro que eu não levo o livro para a praia só para isso, mas eu deixo à mão justamente para puxar rapidinho nessas situações — diz Graziela Ribeiro, frequentadora da Praia da Joaquina.
Em alguns casos, a defesa proporcionada pelo livro funciona de maneiras mais sutis. Daniele Debus Rodrigues conta que nunca precisou afastar ninguém. Mas sabe que o livro pode ajudar em caso de necessidade.
— Aqui na praia eu me perco mesmo no livro, me deixo levar e desligo um pouco do que está em volta. É por isso que prefiro ler assim. A leitura flui bem mais do que em outros ambientes. Como disse uma voz que escutei aqui na areia, praia é onde não se faz nada; aí nada perturba a leitura — conta.
Fábio Bianchini - fabio.bianchini@diario.com.br