GERAL


AÇÃO DO GOVERNO VISA ZERAR O DEFICIT DE 598 MUNICÍPIOS QUE CONTINUAM SEM BIBLIOTECAS


Dafne Melo

 

Hoje, no Brasil, existem cerca de 4.500 bibliotecas públicas espalhadas por todo o país. Um número baixo para um país com as proporções do Brasil, aponta Sandra Domingues, coordenadora de apoio aos Sistemas Estaduais do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, ligado ao Ministério da Cultura. Desde 2004, o governo federal tem buscado engrossar esse número por meio do programa Livro Aberto, que tem como meta zerar o número de municípios sem bibliotecas públicas no país. No início foi detectado um deficit de 1.300 cidades, sendo a maior parte localizada na região Nordeste. Apenas os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná já possuem deficit zero. Até 2006, o deficit havia baixado para 598 municípios. “As prefeituras solicitam junto a nós a participação no programa e então devem disponibilizar um local adequado, com algumas exigências feitas por nós. Em seguida, enviamos um kit de implantação com 2 mil obras, computador com um software livre de gerenciamento, televisão, aparelho de som e DVD”, explica Sandra. Para entrar no programa, o município deve estar em dia com suas obrigações fiscais.

 

Sandra reconhece que 2 mil obras é um número tímido, mas acredita que, nesse momento, o essencial é expandir o número de bibliotecas públicas, mesmo que com uma quantidade pequena de livros. “Depois de zerado o deficit, podemos pensar em outros programas de modernização e ampliação dessas bibliotecas e seus acervos”, completa.

 

Conceito

 

Funcionária da Fundação Biblioteca Nacional desde 1984, Sandra se diz otimista em relação as perspectivas para a área. “Desde que trabalho na área, acho que nunca se falou tanto de biblioteca pública”. Ao seu ver, essas instituições são essenciais por, ao contrário de outros perfis de bibliotecas, possuírem um caráter essencialmente comunitário. “Elas tem o papel de atuar na comunidade, inserindo-se nelas, incentivando o prazer de ler, realizando debates, mostras; não devem ser apenas um depósito de livros, mas um lugar de referências para a comunidade”, define.

 

Muitas ainda não conseguem, entretanto, desempenhar essa função social por falta de investimentos. “O poder público ainda não se conscientizou da importância das bibliotecas públicas. Muitas sobrevivem apenas com os recursos destinados pela federação. Sem nenhuma ajuda dos governos municipais para a manutenção e ampliação de acervos. Sem essa interação entre todas as esferas de poder é difícil manter bibliotecas vivas e atuantes”, finaliza.


Fonte: Brasil de Fato, p.12, 26 de julho a 01 de agosto de 2007

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OSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JÚNIOR

Professor associado do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP/Marília. Doutor e Mestre em Ciência da Comunicação pela ECA/USP. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação da UFCA- Cariri - Mantenedor do Site.