ATIVIDADES EM BIBLIOTECAS


  • Apresentar experiências e exemplos de atividades desenvolvidas em Bibliotecas.

ABASTECENDO UMA BIBLIOTECA

Esta experiência ocorreu na PUC de Campinas, como extensão do curso de graduação em Biblioteconomia. Ouvi o relato dos responsáveis pela atividade, mas nada anotei e, por isso, peço desculpas caso eu inclua alguma coisa que não tenha ocorrido ou omita algo que tenha acontecido. No entanto, vale a experiência.

O título pode parecer estranho, a princípio, mas você verá que ele possui uma relação estreita com a proposta da atividade.

O curso destinou uma sala para que ocorresse a ação extensionista. Nela, alunos preparavam tecnicamente os livros doados e recolhidos antes que fossem enviados para algumas bibliotecas, participantes do projeto.

Até aqui, nada de diferente. O que vai mudar é a forma que os livros são doados e recolhidos.

Normalmente, as bibliotecas solicitam para que os moradores das comunidades a quem elas atendem, doem materiais – livros, revistas, discos etc. – e, em alguns casos, as próprias bibliotecas se responsabilizam pela coleta desses materiais. Em outros casos – e acontece com muita frequência -, as bibliotecas pedem para que os doadores levem os materiais até elas. Isso é bastante comum, como disse, e ocorre, principalmente, pelo fato de as bibliotecas não possuírem um veículo próprio ou funcionários para esse serviço.

O projeto que estou relatando resolveu esse problema fazendo um convênio com postos de gasolina da cidade (eis a origem do nome Abastecendo).

Como se dá a atividade (se você deseja implantar em sua biblioteca):

-  O organizador ou organizadores da atividade entram em contato com alguns postos. Inicialmente, podem ser apenas aqueles que estão localizados mais próximos da sede da biblioteca.

- O trabalho dos postos é o de destinar um pequeno espaço onde será colocada uma caixa de papelão para receber livros doados. Claro que esse espaço deve ser preservado da chuva ou de trabalhos dos postos que utilizam água.

- As caixas possuem imagens e textos que, de maneira sucinta e clara, expliquem o projeto.

- Os clientes do posto, sabendo do projeto, quando precisam abastecer o carro levam materiais para doação e os depositam nas caixas. Eles não precisam se dirigir (desculpe pelo trocadilho) a um lugar específico, fora do trajeto normal deles. Ao contrário, fazem doações dentro de um de seus caminhos habituais.

- Periodicamente, os responsáveis pela coleta, pertencentes ao projeto, claro, passam pelos postos conveniados e recolhem o que foi depositado nas caixas.

- A princípio, o número de doações pode ser pequeno, mas crescerá na medida em que a atividade for divulgada, podendo ser utilizado para isso, os jornais da cidade, TVs, rádios, pequenas filipetas (mosquitinhos) disponíveis nos postos, nas bibliotecas, nas padarias e supermercados da região.

- Após recolher os materiais, eles irão para a sala de preparo técnico, onde serão analisados (para ver a real importância do material para as bibliotecas), limpos, desinfectados, classificados, catalogados e receberão etiquetas, carimbos etc.

- Findo esse trabalho, os materiais serão enviados para as bibliotecas conveniadas (previamente contatadas e formalmente incluídas no projeto). Cabe lembrar que o envio dos materiais segue a análise de interesse de cada uma delas, resultando não em uma destinação equilibrada, mas vinculando os objetivos dessas bibliotecas.

A ideia me parece muito boa. Os resultados foram apresentados como excelentes.

É possível também ampliar a atividade para outros locais, como padarias, supermercados ou pequenos mercados, ou locais que possuam uma concentração de pessoas que tendem a voltar periodicamente. Pode-se, também, pensar nessa atividade com locais vinculados a ações religiosas, restaurantes, bares. Imaginei agora algumas toalhas de restaurantes servindo de divulgação do projeto.

O nome da atividade também pode mudar, uma vez que ele foi proposto por se realizar nos postos de gasolina.

Outra e última coisa: você pode acrescentar várias ações ao que foi relatado, pois sabemos que o bibliotecário é muito criativo.


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OSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JÚNIOR

Professor associado do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP/Marília. Doutor e Mestre em Ciência da Comunicação pela ECA/USP. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação da UFCA- Cariri - Mantenedor do Site.