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O CATALOGADOR E OS PADRÕES NUMÉRICOS NA DESCRIÇÃO

Numerologia, dizem, é uma pseudociência ou uma pseudomatemática. Neste último, refere-se aos números e as operações matemáticas baseadas em caracteres que podem ser interpretados de forma a predizer ou modificar o futuro das pessoas. Em realidade, o conceito da numerologia abrange supostas relações místicas entre os números e a vida humana.

 

Pode ser ou pode não ser. Não é esta a questão deste texto, entretanto, é fato que na biblioteconomia, os números ou o seu conjunto estão na base dos vários métodos de organização do conhecimento. Neste sentido, na área, encontram-se as tabelas de classificação (CDD, CDU etc.), PHA e Cutter, ou o formato MARC, entre outros padrões com as suas estruturas numéricas.

 

Pensando bem, a Numerologia poderia até fazer parte da grade de graduação em Biblioteconomia. Ao menos, haveria bibliotecários prevendo melhor a carreira profissional, e até quem sabe, utilizar tais habilidades para aumentar os indicadores de frequência em bibliotecas. Imagine se houvessem “bibliotecários numerólogos” atendendo usuários na busca da informação existencial. Se os números não mentem, e o bibliotecário só prove respostas corretas, seria disponibilizada ao usuário a mais pura e fidedigna informação.

 

Mas, o fato real é o seguinte: apesar do bibliotecário lidar com tantos números, o único índice que ele não consegue prever é o de aumento ou de melhoria do valor de seu próprio salário.

 

Humor a parte, a questão da indicação de números é algo significativo no trabalho do bibliotecário, como já mencionado. Números estão no cerne dos padrões documentais tratados por este profissional, baste visualizar os processos de representação descritivas dos documentos bibliográficos.

 

Tanto na AACR2, como na ISBD consolidada, tem-se a área 8 dedicada ao número normalizado, e que orienta o registro do Número Internacional Normalizado de Livros (ISBN), o Número Internacional Normalizado da Publicação Seriada (ISSN) ou qualquer outro número normalizado internacionalmente aceito, para o recurso que se descreve. A área é compreendida, como um espaço para a identificação do recurso sob qualquer número ou indicação alfanumérica associado.

 

A ISBD detalha mais. A área pode ser repetitiva, tanto quanto seja a quantidade de identificadores de um único recurso, desde que considerados relevantes registrar para o usuário do catálogo. A existência de mais de um identificador por registro pode ocorrer em algumas das seguintes razões:

 

a)    Pelo fato do recurso ser publicado em mais de um formato ou mídia, ou por mais de um editor, produtor, distribuidor, etc.

b)    Ao ter um identificador para a parte individual e outro para o conjunto de recurso da qual seja uma parte ou forme uma parte.

 

Em ambos os casos, é informado, inicialmente, o identificador específico do recurso descrito. Outros identificadores presentes, por exemplo, para outros formatos, outros conjuntos de recursos, ou outros editores, são indicados, repetindo-se a área.  Os identificadores que aparecem no recurso, e que façam referência a sua história bibliográfica (como: ISBN para edições anteriores, o nome comercial e o número do catálogo de uma emissão anterior de uma gravação sonora), não são indicadas na área 8, mas devem ser citadas na área 7 (das notas), se considerado importante.

 

Na RDA, as instruções estão contidas no Capítulo 2 – identificando manifestação e itens, basicamente a partir da regra 2.15 – identificador para manifestação, onde o identificador é definido como uma sequência de caracteres associada a uma manifestação, e que serve para diferenciá-la de outras manifestações.

 

Os identificadores para manifestações incluem o seu registro desde que adotados segundo esquemas reconhecidos internacionalmente (exemplo: ISBN, ISSN, URN), bem como outros identificadores atribuídos por editores, distribuidores, publicações de agências governamentais, documentos de poderes públicos, arquivos, etc., se baseados em esquemas internamente planejados. Exemplos:

 

§  ISBN 0-552-67587-3

§  ISBN 978-90-70002-34-3

§  doi:10.3133/of2007-1047 [doi for U.S. Geological Survey open-file report 2007-1047

§  ISBN 1-887744-12-6 (student text)

§  ISBN 1-887744-46-0 (teacher guide)

 

Os identificadores para as manifestações incluem os "impressos digitais" (ou seja, identificadores construídos pela combinação de grupos de caracteres de páginas especificas de um recurso impresso digitalizado). Além destes, os identificadores para manifestações incluem os números dos editores de música (regra RDA 2.15.2), e número de partitura para música (regra RDA 2.15.3), que é uma numeração de identificação atribuída ao recurso pelo editor de música (geralmente impresso na parte inferior de cada página e às vezes aparecem também na página de título). O número pode incluir palavras identificando o Editor, abreviaturas ou iniciais e, às vezes, é seguido por um número correspondente ao número de páginas. Já, para o acesso on-line há o recurso por meio de um navegador padrão da Internet, são os identificadores específicos (regra RDA 4.6 - URL).

 

Com a variedade documental ampliada pela ambiência digital, uma relação de identificadores passa a ganhar significância no processo da catalogação bibliográfica. Se antes, bastava indicar o conjunto de caracteres, na atualidade não basta apenas a sua inclusão. O catalogador precisa ter atenção para a necessidade de complementar esses identificadores com qualificadores, visando melhor individualizar o documento tratado. Sem esquecer que uma mesma obra, na sua versão impressa e na versão digital, terá identificadores distintos.

 

O mais tradicional dos padrões numéricos no ambiente bibliotecário é o ISBN. Um número de identificação curto, claro e legível por máquina. Identifica uma publicação monográfica de forma inequívoca, devendo estar associado a ela desde os primeiros estágios de sua produção. É essencial, na atualidade, para a produção, distribuição, análise de vendas e os sistemas de armazenamento de dados bibliográficos na comercialização de livros, além de importante para a gestão de informação em bibliotecas.

 

É bom lembrar que o ISBN passou por várias mudanças ao longo dos anos. Decorrente da necessidade de viabilizar um sistema numérico para livros. Segundo Barbosa, em 1965, a empresa inglesa W. H. Smith iniciou estudos de um sistema que possibilitasse o controle da produção de livros, por meio da numeração de todos os livros publicados na Inglaterra. Um relatório encomendado à F. G. Foster da London School of Economics resultou no SBN – Standard Book Number. Em 1968, diante da aprovação nacional, a British Standard Institution, enquanto membro da ISO, promoveu reunião com representantes do mercado editorial dos Estados Unidos, França e Alemanha, a fim de criar um grupo de trabalho que viabilizasse a transformação do sistema inicialmente local, em outro de âmbito internacional.

 

Desde então passou a ser reconhecido por mais de 160 países. Em 2001, elaborou-se a revisão da quarta edição do padrão, com o aumento do ISBN de base 10 para a base de 13 dígitos, incorporando os prefixos de 3 dígitos proporcionados pelo GS1 (anteriormente EAN – International and the Uniform Code Council). Segundo a International ISBN Agency, os tipos de publicações monográficas que devem assinar um ISBN são: livros e folhetos impressos; publicações em Braille; publicações que não irão ser atualizadas regularmente pelo editor; artigos ou números individuais de um determinado recurso continuado (não o recurso continuado como um todo); mapas; filmes, vídeos e transparências educativas; audiolivros em cassete, CD ou DVD; publicações eletrônicas em suporte físico (fitas legíveis por máquina, disquetes ou CD-ROM), ou Internet (download ou streaming); cópias digitalizadas de publicações monográficas impressas; publicações em microforma; software educativos; publicações multimídia (cujo componente principal seja textual).

 

Além do ISBN, há outros importantes identificadores que ganham importância no espaço de trabalho bibliotecário. Seguem os princípios mercadológicos do ISBD, ou mesclam a inclusão do padrão em seus processos de identificação. Baseado no “Manual de usuários do ISBN” lista-se na sequência abaixo, alguns destes padrões.

 

O Digital Object Identifier (DOI), um sistema que identifica objetos com conteúdo no ambiente digital. Os identificadores DOI (ISO 26324) são adotados por qualquer entidade para uso em seus recursos digitais. É utilizado para proporcionar informação atualizada, incluindo a localização do recurso na Internet. A informação sobre um objeto digital pode mudar ao longo do tempo, até mesmo a sua localização, porém o identificador DOI não mudará ou não poderá mudar. Como exemplos temos:

 

§  EXEMPLO 1: 10.1000/123456

§  O nome DOI com o prefixo DOI "10.1000", e o sufixo DOI "123456". O sufixo DOI é composto por uma sequência de caracteres de qualquer comprimento escolhido pelo requerente. Cada sufixo será único para o elemento de prefixo que o precede. O sufixo exclusivo pode ser um número sequencial, ou pode incorporar um identificador gerado a partir de ou com base em outro sistema utilizado pelo requerente (por exemplo, ISAN, ISBN, ISRC, ISSN, CIST, ISNI, etc.).

§  EXEMPLO 2:      10.1038/issn.1476-4687  

§  Para construir um sufixo DOI usando um ISSN, inclui-se o ISSN com as letras minúsculas "issn" e um período, como no exemplo 2, de um DOI para a versão eletrônica.

 

O ISBN Activable (ISBN-A) é uma sintaxe e um serviço fornecido por algumas agências de ISBN, e que se apoia em um DOI, no qual o ISBN existente se expressa. O sistema DOI proporciona a possibilidade de vincular um ISBN a uma ou mais URL. Como exemplo:

 

§  Exemplo: 10.978.12345/99990

§  O ISBN-A é construído mediante a incorporação de um ISBN na sintaxe DOI permitido. A leitura da especificação da sintaxe se faz da esquerda para a direita, e da seguinte forma:

§  "10"= Pega o prefixo do nome do sistema de DOI.

§  "978". = Prefixo ISBN (GS1) Bookland

§  “12345”= Sequência numérica de 2 a 8 dígitos de comprimento variável = relativo aos elementos do grupo de registro ISBN e prefixo do editor.

§  "/"= divisor de Prefixo / sufixo.

§  “99990” = Título do ISBN recenseado e dígito de validação = até 6 dígitos máximos de numeração do título e um dígito de verificação dígito.

 

O GTIN (Global Trade Item Number) é um termo genérico para designar todos os identificadores do produto EAN.UCC, incluindo a representação do ISBN no formato EAN-13. Pode ser usado por empresas na identificação de seus itens comerciais. Itens comerciais entendido como produtos ou serviços que são pagos, encomendados ou faturados em qualquer ponto da cadeia de fornecimento. Estabelecido pela norma ISO/IEC 15459 - Part 4: Individual products and product pacakges. Específico para confecção dos códigos de barra.

 

O ISBN como um URN. Os Uniform Resource Names (URN) são identificadores de recursos persistentes. A sintaxe, definida na norma Internet RFC 2141: <URN>:= "urn:" <NID> ":" <NSS>

 

§  Onde <NID> é o identificador de namespace e <NSS> a sequência de caracteres específica do namespace. A sequência inicial “urn:” e o identificador do namespace são indiferentes ao caractere em maiúscula e minúscula.

§  O NID “isbn” é reservado para o sistema ISBN na norma RFC 3187. De acordo com a RFC, qualquer URN baseada no ISBN tem a seguinte sintaxe:

§  urn:isbn:<NSS>

§  Onde a sequência de caracteres específica o namespace que contém o ISBN no formato legível por máquina. Exemplo: urn:isbn:0451450523

 

O URN para "The Last Unicorn", identificado por seu número ISBN.

 

A International Standard Audiovisual Number (ISAN) é um sistema numérico, e um esquema de metadatos que permite identificar qualquer obra audiovisual. Inclui filmes de longa-metragem, curta-metragem, documentários, programas de televisão, eventos esportivos, anúncios e suas versões relacionadas. Desenvolvido por grandes representantes da indústria audiovisual, o ISAN foi projetado pela International Organization for Standardization (ISO), em 2000, para adequação às exigências do universo digital. Para a identificação única de obras audiovisuais há a norma ISO 15706-1:2001 e para as versões das mesmas, tem-se ISO 15706-2:2007. O ISAN é uma propriedade intelectual ISO, gerido pela Agência Internacional ISAN (ISAN-IA), que é uma associação suíça sem fins lucrativos, autorizada a operar o registro e a nomear agências de registro locais. Exemplo de aplicação para filme:

 

Superman/Batman: Apocalypse (2010 - 78 min )

ISAN 0000-0002-8343-0000-C-0000-0000-1

Metadados discritivos:

Informação do Título

Title

Language

Original

Superman/Batman: Apocalypse

ENG

Yes

 

Informação principal

Type

TV Entertenaiment

Year of reference

2010

Duration

78 min

 

 

Informação dos participantes

Type                 Firstname / Lastname

Director             Lauren Montgomery

Actor                 Kevin Conroy


A International Standard Music Number (ISMN) é um identificador para partituras musicais publicadas. Projetado para racionalizar o processamento e manipulação das partituras e os respectivos dados bibliográficos para editoras, o comércio de música e bibliotecas. Pode se integrar em um código de barras internacional de 13 dígitos, utilizando o prefixo 979-0. O número de 13 dígitos é idêntico ao número EAN-13, que está atualmente codificado no código de barras. Também opera com a base de 10 dígitos, como no exemplo de aplicação do identificador: M-2306-7118-7

 

§  M -->o prefixo M distingue o ISMN de outros padrões numéricos de identificação;

§  2306 -->um ID do editor que identifica uma determinada editora de música;

§  7118 -->um ID do item que identifica uma determinada partitura musical; e

§  7 -->um dígito de verificação que valida o número matematicamente.

 

O ISMN não é utilizado para livros sobre música, que recebem o ISBN, nem para fitas magnéticas, CDs ou vídeos musicais. O identificador é administrado pela Agência Internacional do ISMN. Regulado pela norma ISO 10957 que dá as regras básicas ao sistema ISMN.

 

A International Standard Recording Code (ISRC) é um sistema de identificação para gravações sonoras e vídeos musicais (ISO 3901). Cada gravação de uma peça (não o suporte físico) é numerada, independente do contexto ou do suporte de publicação. A codificação ISRC proporciona uma maneira de identificar automaticamente as gravações para efeito de pagamento de direito autoral. O sistema ISRC é administrado pela IFPI (International Federation of the Phonographic Industry). A estrutura (sintaxe) do ISRC é composta por 12 caracteres alfanuméricos, formadas a partir dos quatro elementos de código. Conforme exemplo: ISRC JM - K40 - 14 – 00212

 

§  ISRC --> Código Identificador;

§  JM --> Código do país - duas letras emitidas pela Agência ISRC;

§  K40 --> Código do requerente - um código de três caracteres alfanuméricos emitido pela Agência ISRC;

§  14 --> Ano de referência - os dois últimos dígitos do ano em que o ISRC é atribuído à trilha de gravação - alocada pelo requerente; e

§  00212 --> Código de Identificação - código único de 5 dígitos atribuído ao Requerente. Estes números não devem ser repetidos no mesmo ano civil.

 

O Número Internacional Normalizado de Publicações Seriadas (ISSN), ISO 3297, é a codificação das publicações seriadas (as publicações que aparecem ao longo do tempo sem uma conclusão pré-determinada, por exemplo: periódicos, revistas, boletins, etc. e recursos contínuos integrados tais como publicações em folhas soltas atualizadas continuamente, websites, blogs, bases de dados), independentemente de serem impressas ou eletrônicas. Estas publicações aparecem normalmente em números sucessivos ou integrados que têm geralmente indicações numéricas ou cronológicas. O ISSN é administrado pelo Centro Internacional do ISSN, sediado em Paris, e que coordena as atividades dos 88 países membros, atualmente. O ISSN toma a forma de acrónimo ISSN seguido por dois grupos de quatro dígitos, separados por um hífen. O oitavo dígito é um dígito de verificação calculado de acordo com o módulo algoritmo 11 em função dos sete dígitos anteriores; este oitavo dígito controle pode ser um "X" se o resultado do processamento é igual a "10", o procedimento é para evitar qualquer ambiguidade. Exemplo:

 

§  ISSN 0317-8471

§  ISSN 1050-124X

 

A International Standard Text Code (ISTC), ISO 21047, é um identificador único de obras textuais; o termo “obra” refere-se a qualquer conteúdo que apareça em livros impressos convencionais, audiolivros, livros eletrônicos estáticos ou enriquecidos, assim como o conteúdo que apareça em um periódico ou uma revista. O ISTC não se aplica aos produtos físicos ou outras manifestações da obra. Para produtos físicos (um livro impresso, um audiolivro ou uma versão eletrônica desses produtos) se fornece o ISBN. O ISTC prove sistemas para a análise de vendas, sites de varejo, catálogos de bibliotecas e outros processos bibliográficos com um método de conectar automaticamente junto publicações do conteúdo ou conteúdo relacionado, melhorando, assim, a eficiência na descoberta de produtos. Um número ISTC é o elo entre a busca de um pedaço de conteúdo e a venda final ou empréstimo de uma publicação. A norma ISO não faz recomendações relativas à apresentação da ISTC em manifestações palpáveis (por exemplo, livros impressos ou digitais); outro aspecto é não estipular quando é exibido. Neste sentido, as letras "ISTC" devem preceder os números e um hífen ou espaço deve separar cada um dos elementos. Por exemplo:

 

§  ISCT A03-2012-00000AF9-8

§  ISCT A12-2014-00012EE7-6

 

Embora o seu Manual de uso recomende incluir o ISTC como atributos em um registro bibliográfico, bibliotecas em várias partes do mundo ainda são dependentes das indicações da catalogação, que utiliza o "documento à mão" para obter informações, portanto, é benéfico em algumas situações exibir o ISTC relativo a uma manifestação da "obra" no verso da página de título. Em situações onde um ISTC refere-se a apenas uma parte do conteúdo de uma manifestação (como um único artigo de revista), é recomendável que seja exibido no início do artigo, após o título. Para visualizar o conceito mencionado, recomenda-se realizar consulta dos números ISCT citados no exemplo, na ferramenta de pesquisa da Entidade de Identificação: http://istc-search-beta.peppertag.com/ptproc/IstcSearch.

 

A International Standard Musical Work Code (ISWC) é um padrão que identifica obras musicais como criações intangíveis. Não é utilizada para identificar as manifestações de, ou os objetos relacionados com as obras musicais. Essas manifestações e objetos são sujeitos aos diferentes sistemas de identificação, como o ISRC e o ISMN. Exemplo: Die Zauberflöte (A Flauta Mágica) de Mozart pode ter um ISWC para identificar a obra. As múltiplas partituras impressas podem receber seu ISMN, os livretos e suas traduções seu ISTC (e um ISBN para as publicações); um vídeo de uma representação receberá um ISAN e uma gravação sonora de uma ópera terá um ISRC.

 

A International Standard Name Identifier (ISNI) é um esboço da norma ISO (ISO 27729) cujo âmbito é a identificação das Identidades Públicas utilizadas publicamente pelas partes envolvidas através das indústrias de conteúdo – na criação, produção, gestão e cadeia de distribuição de conteúdo. O sistema ISNI identifica de maneira inequívoca as Identidades Públicas (pessoas físicas ou jurídicas) em múltiplos campos da atividade criativa. O ISNI proporciona uma ferramenta para desambiguar as Identidades Públicas que, de outra forma, poderiam se confundir. O ISNI não pretende proporcionar acesso direto a uma informação exaustiva acerca de uma Identidade Pública, porém pode proporcionar enlaces que levem a outros sistemas nos quais contenha essa informação. Seria uma espécie de CPF ou um número único, individual e persistente. Exemplo:

 

Escritor Michele Smith {ISNI 7722 4586 1234 0422}

Musicista Michele Smith {ISNI 1422 4586 3573 0473}

Cantora Michele Smith {ISNI 1421 7586 3433 9962}

 

Verifica-se que cada informação ou documento passa a ter cada vez mais um identificador persistente que o identifique e evite ambiguidades na sua recuperação e acesso. Para a atividade bibliotecária é um elemento essencial, principalmente quando se trata de volumosas e diversificadas coleções bibliográficas (impressa e digital). Compreender, identificar e explorar o potencial destes padrões de identificação sobre os conteúdos tratado e organizados no ambiente das bibliotecas, torna-se valioso para melhorar ainda mais a qualidade da prestação de serviço, bem como de inovar a criação de novos. Enfim, os números no final parecem estar a favor do trabalho bibliotecário, auxiliando-o a melhor estabelecer a estruturação e as relações entre os conteúdos informacionais.

 

Indicação de leitura:

 

Para detalhamento sobre os padrões de números normalizados recomenda-se a leitura de:

 

Barbosa, A. P. Novos rumos da catalogação. Rio de Janeiro: BNG/Brasilart, 1978. (antigo, mas ainda um bom histórico sobre ISBN e ISSN).

 

The International Standard Book Number System. Manual del usuario del ISBN. 6ª Ed. Em espanhol. Londres: International ISBN Agency, 2012. Disponível em: http://www.isbn-international.org


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FERNANDO MODESTO

Bibliotecário e Mestre pela PUC-Campinas, Doutor em Comunicações pela ECA/USP e Professor do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP.