PÓS VERDADE
A pós verdade se posta
à frente
do nada.
A verdade,
nela, é póstuma.
Regurgita lixo
que vem de lugar nenhum.
Criatura criada.
Pondera com a lógica
inversa.
Faz brotar
um real inexistente.
Pior é ser aceita,
assumida como reflexo.
Semente de árvore
sem raiz,
que dá frutos
insossos,
com bonitas cascas.
Sepulcros caiados.
A pós verdade
se vale
de um real
inválido.
E valida
o que quer.
Parida de interesses
obscuros,
transita
e trafega
nos caminhos
da ignorância
e de desejos
inconfessáveis.
Vale-se
da neblina
da informação
e do escuro
do conhecimento.
Colide
com o conhecimento
e morre,
mais além,
de inanição.