LITERATURA INFANTOJUVENIL


FRATE-MEDIAÇÃO OU MEDIAÇÃO FRATERNA

Buscamos constantemente no Grupo de Pesquisa - "Mediação da Informação: norteadora do fazer bibliotecário", cujo coordenador é Oswaldo Francisco de Almeida Junior o idealizador e mantenedor desse Site, a origem e os significados da palavra "mediação". Sob a minha responsabilidade fica, o sub-projeto "A mediação da leitura no fazer bibliotecário", portanto sempre acabo tendendo ou pendendo para esse foco (calma vou chegar na literatura infantil, tema dessa coluna). Nossas reuniões são sempre "recheadas" de descontração e bom-humor (acreditamos que as pesquisas devem ser sérias, porém não sisudas!)

Há alguns meses, começamos a "brincar" com a palavra mediação e perguntei: Quando compro um livro para mim, será que estou fazendo auto-mediação de leitura? E quando um amigo indica, empresta ou me presenteia, está fazendo uma frate-mediação? Ficamos de pensar nisso... Não voltamos mais no assunto, mas essa semana tive a confirmação que aquela brincadeira era séria: fui frate-mediada tão profundamente, que não consegui dormir antes de terminar de ler o livro "Histórias para acordar" (vejam que poder!).

Vocês devem estar imaginando que o livro é de terror ou com relato de massacres e torturas. Não, ele é... Bem, já volto a falar sobre ele, quero fazer suspense. Deixe-me fazer, como diria minha amiga Rosane Lunardelli, uma digressão nessa história, afinal a conversa é sobre frate-mediação.

Preciso contar que quem me frate-mediou, ou seja, me emprestou o livro, foi minha prima e amiga Wanda Coutinho Rabello que está "contaminada" pelo vírus da literatura infantil. Deduzo então que a palavra frate-mediação é uma palavra possível de ser inventada e que tem, dependendo do texto e do amigo, um poder muito grande.

Portanto declaro, para quem possa interessar, que a partir desse dia, passo a usar esse neologismo sem constrangimento dando créditos ao nosso grupo de pesquisa.

Mas vamos ao livro... NÃO! Ainda não, faltou um detalhe, não falei o nome da autora. Vejam porque fiquei mais empolgada com essa brincadeira séria, o nome dela é - Diléa Frate, isso mesmo frate. Frate de frate-mediação.

Agora vamos ao livro. Ele é publicado pela Companhia das Letrinhas, ilustrado pela maravilhosa Eva Furnari. Contém 60 histórias curtas, cada uma tem uma página e ali habitam personagens nada moralistas (seres humanos de verdade), animais (seres com pretensões de serem humanos) e sentimentos com sentimentos. Vou falar sobre alguns personagens, só pra dar água na boca: a mãe e seus sete maridos; Larissa, a consumista; pernilongo anjo; Tico o cachorro mendigo; Tomiko San, o faxineiro super-herói; tatuí baiano; Bob bafo, coelho amarelo; a fé cega e o olho desconfiado; os chipanzés Akira e Ai e o orangotango Dudu; o caracol-lesma; vovô Aldo; vaca deprimida; o queijo e a lua; Paulinho sujo; Bingo e Bibi; um pneu nacional e um americano; a verdade e a mentira; aranha bêbada, mamãezinha punk, beija-flor e a borboleta; o hipopótamo...

Se eu "viajei", nessa conversa me desculpem.

Desejo frater-nalmente que isso também aconteça com vocês.

FRATE, Diléa. Histórias para acordar. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1996.


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SUELI BORTOLIN

Doutora e Mestre em Ciência da Informação pela UNESP/ Marília. Professora do Departamento de Ciências da Informação do CECA/UEL - Ex-Presidente e Ex-Secretária da ONG Mundoquelê.