CONSTRUINDO CONHECIMENTO NO AMBIENTE CORPORATIVO - II
A dinâmica do processo para a construção de conhecimento, necessita dos fluxos de conhecimento que, conforme explicam Bukowitz e Williams (1), são constituídos a partir do capital humano existente no espaço corporativo, o capital do cliente, que se refere ao conhecimento gerado pelo público corporativo de modo geral e, por último, pelo capital organizacional, que se refere ao entorno organizacional.
Fonte: Bukowitz, W. R. e Williams, R. L. - 2002
Esses fluxos de conhecimento denominam-se de
ativos de conhecimento, porque adicionam valor ao negócio corporativo.
Diferentemente de outros ativos organizacionais, os ativos de conhecimento não
são mensuráveis. No entanto, é possível por meio de técnicas específicas, obter
qual é o impacto do conhecimento em relação ao negócio, no que tange aos lucros
e competitividade.
A organização, portanto, é responsável em criar um ambiente favorável a construção de conhecimento, uma vez que é por meio dele, que ocorre a inovação, mesmo que no nível incremental. A gestão do conhecimento é uma das ferramentas que podem ser utilizadas, objetivando criar as condições adequadas à criatividade, geração e compartilhamento de conhecimento corporativo.
Para Hessen (2) conhecer significa apreender o objeto que reflete a questão ou o problema, ou seja, o sujeito cognoscente constrói o conhecimento por meio de uma questão ou de um problema advindo da realidade na qual está inserido. Esse fato move o sujeito em querer conhecer/saber. A partir desse desafio, o sujeito estabelece suas relações com o próprio conhecimento, busca no conhecimento acumulado, obter respostas, compreender o todo e suas partes.
O conhecimento construído no espaço corporativo é objeto de observação do conjunto, por isso, a construção de conhecimento é desenvolvida em fases pelo sujeito cognoscente, de modo que o conhecimento gerado somente será compartilhado, quando o sujeito souber com segurança que a construção é válida, ou seja, a validade do conhecimento é o primeiro passo para a sua posterior socialização. Outro aspecto que o sujeito cognoscente avalia antes de socializar o conhecimento gerado é a consistência, que envolve características como logicidade e organicidade.
Os ativos de conhecimento representam de forma significativa, o mais valioso bem da organização. São considerados ativos intangíveis, porque são recursos não materiais, que beneficiam de algum modo o negócio corporativo. É importante mencionar que a gestão de conhecimento fará o trabalho de sistematização, assim como será responsável pelas ações de socialização aos demais indivíduos da organização. No entanto, as pessoas têm papel fundamental nesse processo, uma vez que são elas as geradoras e usuárias do conhecimento corporativo.
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1 BUKOWITZ, W. R.; WILLIAMS, R. L. Manual de gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2002. 399p.
2 HESSEN, J. Teoria do conhecimento. São
Paulo: Martins Fontes, 2000. 177p.