A TÍTULO DE “PREÂMBULO”
Meu envolvimento com a mediação da informação é antigo. Ainda como aluno, trabalhei na Fundação Getúlio Vargas (de São Paulo) junto ao Serviço de Referência. Descobri em meu primeiro emprego na área, tal fascínio por aquele segmento que o elegi como norte de meus interesses, estudos e pesquisas.
Um parêntese: a mediação da informação não está restrita ao trabalho desenvolvido no e pelo Serviço de Referência existente nos espaços e equipamentos informacionais, como o parágrafo acima pode, erroneamente, sugerir. Como veremos em textos posteriores, a ambiência da mediação da informação não se limita nem se sujeita a espaços restritivos e delimitadores.
Como boa parte dos alunos, iniciei o primeiro ano do
Outro parêntese: o prédio – maravilhoso – da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo ficava, e ainda fica, na Rua General Jardim,
A decisão por prestar o vestibular para Biblioteconomia levou alguns dias e foi motivada pelo fato de eu freqüentar bibliotecas e gostar muito de ler.
Fiz a opção pelo período matutino, pois trabalhava à tarde e consegui, em um escritório de contabilidade, a oportunidade de exercer os poucos conhecimentos que possuía daquela área em alguns trabalhos pontuais.
Terminado o primeiro ano do curso, não me sentia motivado a continuá-lo. Os dois
Brincando, tal amigo comentava que a vaga havia sido divulgada em um jornal pelo fato da empresa não ter meu endereço, uma vez que o perfil do candidato só seria satisfeito se eu me candidatasse. Ou seja, a Fundação Getulio Vargas estava à minha procura. Mais:
A decisão em concorrer à vaga, no entanto, só se concretizou quando soube do salário e dos benefícios oferecidos. Apesar de não ter sido o único candidato (outros dois interessados, alunos da ECA/USP – Escola de Comunicações e Artes da
Na verdade, não escolhi uma profissão; ao contrário, foi uma profissão que me escolheu.
Resolvi contar essa pequena história por três motivos: primeiro, porque sei que muitos profissionais da área vivenciaram experiência semelhante e alunos, hoje, vivem situações muito próximas a essa. Segundo, porque a escolha pelo segmento da Biblioteconomia que propicia um contato direto e constante com o público não ocorreu antecipadamente, mas fortuitamente. No entanto, após tê-lo escolhido, a relação foi dependente do meu envolvimento com a área da Biblioteconomia, do meu interesse
O envolvimento com a mediação da informação, como dizia anteriormente, começa com meu primeiro estágio e apesar de ter atuado em outros segmentos da área, sempre que possível, busquei trabalhar diretamente com os usuários.
Quando decidi pela academia, mantive o mesmo interesse, embora incluindo nele as ações que desenvolvia fora da área. Assim, comecei a trabalhar
Relendo este, digamos, “preâmbulo” para a coluna, achei que ele pode ser entendido como um “ufanismo ao próprio umbigo”. Não foi com esse intuito que ele foi escrito (até porque, apesar da impressão causada com a releitura, resolvi mantê-lo). Achei que precisava contextualizar minha vida acadêmica/profissional com o tema da coluna. Os interesses não surgem do nada, não nascem de geração espontânea. Ao contrário, são eles fruto do imbricamento, do entrelaçamento das experiências, da vivência, da maneira como entendemos e como explicamos o mundo.
Aliás, a mediação da informação não ocorre no vazio, mas na relação, no envolvimento das pessoas entre elas e com o mundo.