Não são apenas os usuários que cometem, digamos, gafes nas entrevistas de referência. Algumas vezes - ou muitas das vezes - é o próprio bibliotecário quem as comete. Mesmo porque não é ele isento de falhas, de erros.

(Parênteses: uma amiga, também bibliotecária, que leu o parágrafo anterior ficou insistindo para que eu acrescentasse um adendo criticando a falta, no entender dela, de cultura geral do profissional bibliotecário. Afirma ela que o bibliotecário está completamente desinteressado de sua formação cultural, voltado mais para... chega! Essa é uma outra história que fica para uma outra vez).

Vamos ao caso.

Um grupo de alunos chega a uma biblioteca pública para fazer uma pesquisa exigida por uma determinada professora. Como nenhum deles sabe por onde começar a tal pesquisa, decidem pedira auxílio para a bibliotecária.

- Tia. Nós precisamos fazer uma pesquisa.

- Muito bem. E sobre o quê, exatamente? - pergunta a bibliotecária, toda solicita.

- A professora disse que é para fazer um trabalho de, no mínimo, duas folhas sobre a "guerra fria".

- Guerra fria?

- É isso aí - disse um dos alunos

- Vocês têm certeza de que é isso mesmo que a professora pediu?

- Eu copiei da lousa. Está aqui no meu caderno. O meu amigo também copiou. Quer ver?

- Não é preciso, só perguntei porque não é um tema muito procurado...

- A senhora não sabe o que foi a "guerra fria"?

Quase engasgando, a professora responde rapidamente, provavelmente mais para evitar um constrangimento maior:

- Lógico que eu sei. Apenas me fugiu da lembrança os nomes dos países envolvidos nessa guerra. São tantas as pesquisas que atendo diariamente que as vezes esses lapsos acontecem. Estou quase lembrando... Quem sabe vocês não me ajudam. Será que a professora não citou os nomes dos países que estiveram envolvidos na "guerra fria"?

Um dos alunos respondeu:

- A professora não disse os nomes, mas como se trata de uma "guerra fria" provavelmente foi entre o Alasca e a Groenlândia ou a Sibéria.

(Oswaldo F. de Almeida Júnior - relatando um caso contado pelo Rafael, aluno de Biblioteconomia da UEL)