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LIMPANDO A CAIXA DE DADOS DA BIBLIOTECA

Os computadores são equipamentos que ocupam um espaço significativo nas bibliotecas. Não apenas em relação ao aspecto do espaço físico, mas nas questões gerenciais de administração do serviço de informação.

Da mesma forma que o acervo de conhecimento necessita de uma política de gestão para sua preservação quanto ao uso, as máquinas de informática precisam ser gerenciadas visando a continuidade de seu bom funcionamento e durabilidade de sua vida útil.

Em um dos artigos publicados nesta coluna, comentamos sobre a questão da manutenção dos equipamentos de informática. Retornamos ao tema para comentar algumas das recomendações encontradas em publicações técnicas que merecem atenção do Bibliotecário de TI (tecnologia da informação) e do Bibliotecário-executivo, responsáveis pelo parque tecnológico no ambiente de informação.

Pode parecer preciosismo, mas a adoção algumas medidas básicas de manutenção pode permitir a biblioteca evitar contra-tempos com custos de assistência técnica. Adotar medidas preventivas pode significar poupar recursos para prioridades mais urgentes.

Os computadores na estrutura das bibliotecas ocupam dois ambientes, o administrativo dedicado às funções técnicas e diretivas e o de acesso público substituindo os catálogos tradicionais e promovendo acesso a Internet.

Em ambos os casos, os equipamentos encontram-se sujeitos aos diversos tipos de intempéries como poeira, umidade e outros ocasionados pelo uso. Ademais, cada periférico do conjunto computacional necessita de um tipo de operação de conservação com uso de produtos adequados.

No caso do monitor de vídeo, na limpeza da tela, recomenda-se aplicação de produto limpa-vidros em um pano de algodão para remoção da sujeira. Após a aplicação deve-se passar outro pano de algodão, agora seco, para enxugar os resíduos líquidos.

O limpa-vidro pode ser substituído pelo álcool isopropílico. Para a limpeza do gabinete do monitor pode-se usar um espanador antiestático, que possue duas pontas. Numa extremidade fica o espanador composto de pêlos plásticos e noutra um pincel com cerdas rígidas para remoção de sujeiras em reentrâncias dos furos de ventilação do gabinete (exemplo de espanador no site http://www.lauretti.com.br/detalhe.asp?produto=521).

Na seqüência da operação, recomenda-se usar um pano de algodão umedecido com um limpador multiuso para remover manchas ou o mais indicado, as pastas secas muito utilizadas na limpeza de partes plásticas de aparelhos eletrônicos em geral, caso dos monitores, gabinetes, scanner, impressoras, mouse, telefone e fax.

No caso da pasta, ela é aplicada com auxílio de uma esponja sobre a área a ser limpa, seguida posteriormente da utilização de um pano levemente úmido ou seco para retirada do produto e da sujeira (http://www.limplex.com.br/produtos.php).

No processo de limpeza do monitor, NUNCA abra o equipamento para limpá-lo internamente, sob pena de receber um choque elétrico que pode ser mortal.

No caso do teclado, devido ao contato contínuo com os dedos as teclas acabam por acumular grande quantidade de sujeira, além das migalhas de comida, bebida e partículas de fumo lançadas pelos usuários. Periodicamente, é recomendável virá-lo de cabeça para baixo e dar algumas batidas de leve, para que a sujeira e outras coisas acumuladas entre as teclas caiam.

Na faxina, pode-se usar um cotonete ou uma haste com algodão umedecido com produto de limpeza não abrasivo, a fim de remover as manchas das teclas. O álcool comum é permitido, mas não recomendado em excesso. Na limpeza de rotina, basta um pano de algodão umedecido em água morna. O alerta em relação aos produtos abrasivos é para evitar o desgaste das tintas das letras impressas nas teclas.

É possível retirar as teclas para uma limpeza geral mais profunda, mas pessoalmente não recomendo. Havendo necessidade, melhor usar de um serviço especalizado, pois remontá-las posteriormente é sempre um trabalho de quabra-cabeça e de paciência, que não vale o custo e tempo perdido.

Para desalojar sujeiras mais resistentes de dentro do teclado, um pequeno aspirador de pó pode ser a solução (http://galileu.globo.com/edic/89/informatica1.htm). Para fazer uma limpeza mais radical do teclado, uma série de procedimentos necessitam ser seguidos (http://inet.ufop.br/dicas/faxina.htm).

Outro periférico de computador de uso comum, nas bibliotecas, é o mouse cujos sinais por manutenção são facilmente percebidos no seu uso. Ocorre uma alteração de funcionamento decorrente da sujeira interna acumulada pelos movimentos da ''bolinha''.

No caso do mouse ótico, que não tem bolinha, isso não acontece. Porém, na maioria das bibliotecas brasileiras é um equipamento pouco encontrado devido ao seu custo maior.

Mas a limpeza do mouse, seja ótica ou mecânica, é idêntica. Neste sentido, usa-se pano de algodão macio embebido em produto aplicável para limpar peças (dicas no endereço: http://www.guryonline.com.br/DescricaoProduto.asp?CD=477).

Não se deve esquecer de limpar também o fio do mouse. Para limpeza interna do mouse mecânico há dicas recomendando uso de um palito de dentes para retirar a sujeira acumulada nas ranhuras ou um pincel, além de um cotonete embebido em álcool isopropílico para retirar a sujeira acumulada nos rolos pressores. Também não esquecer do mouse pad, o suporte sobre o qual movimentamos o mouse, ele deve estar o mais limpo possível.

Ë também importante, a limpeza dos drives de disquete, CD e DVD para bom funcionamento. A limpeza só deve ocorrer se no uso diário o drive apresentar erro de leitura ou de gravação.

No caso dos drives de disquetes, verificar se os erros não são causados pelo disquete utilizado (disco velho, de marcas desconhecidas e/ou origem duvidosa). No mercado de informática, normalmente encontra-se um kit de limpeza composto de dois disquetes (um de 3 e outro de 5 polegadas), contendo uma película no lugar do material magnético e um frasco com solução de limpeza, quase sempre álcool isopropílico.

Um teste realizado pela Revista Info Exame avaliou dois produtos (Clone http://www.clone.com.br/produtos_subfamilia.asp?cod_subfamilia=DSCLZ e Leadership http://www.guryonline.com.br/DescricaoProduto.asp?CD=865), não detectando grandes diferenças entre os produtos e nos resultados de limpeza.

Um alerta na manutenção do drive de disquete é não desmontá-lo, pois pode causar desalinhamento da cabeça-de-leitura. Em caso de problemas mais graves, vale a pena trocá-lo por novo, até mesmo em termos de custo.

Na limpeza dos drives de mídias óticas, como CD-ROM, DVD, CD-RW etc., a precaução sobre quando limpar é necessária para não danificar as lentes de leitura do aparelho, sendo realizada com o uso de CD e de DVD específicos para está finalidade (discos com uma espécie de escova macia usada para remover impurezas das lentes).

No mercado, entre as marcas usadas são da empresa Leadership (http://www.officemaster.com.br/?secao=MostraProduto&codigo=8&PHPSESSID=
2e4038d98674f3da91e
7777e270728b0) e os produzidos pela empresa Clone (http://www.clone.com.br/produtos_subfamilia.asp?cod_subfamilia=DSCLZ).

O uso de produtos para limpeza deste tipo deve ser vista como tentativa inicial para solução de problema apresentado pelo drive de CD ou DVD, sem garantia antecipada se esses produtos irão eliminar o defeito.

A causa do mau funcionamento pode estar relacionada ao cabo de conexão à placa mãe e até, num caso raro, na controladora IDE. Ainda, no caso destes aparelhos, não se deve esquecer de limpar a bandeja do drive ótico, onde é colocado o disco para rodar.

Em relação ao CD e DVD que se acumulam no acervo das bibliotecas, os mesmos também podem ser limpos com um pano de algodão macio levemente umedecido em álcool isopropílico ou toalhas de papel que já vêm umedecidas nesse álcool (informação: http://www.guryonline.com.br/DescricaoProduto.asp?CD=656). No processo de limpeza do CD deve-se ter cuidado para não provocar arranhões na sua superfície.

A limpeza interna do gabinete do computador exige cuidado maior. Portanto, uma manipulação especializada ou plena segurança de quem se responsabiliza pela manutenção. Uma limpeza ideal envolve a desmontagem da placa-mãe e das placas acessórias, uma operação técnica muito trabalhosa.

Uma limpeza mais genérica e menos evasiva nas placas internas é retirar a tampa do gabinete e aspirar por cima a poeira armazenada (use um aspirador na potencia mínima não próximo da placa mãe) tomando cuidado para não romper fios e placas. Não esqueça de retirar a poeira das entradas de ar do gabinete, para melhorar a refrigeração interna do processador. É recomendável em algumas situações ambientais de muita umidade que se coloque alguns pacotes de sílica-gel dentro do gabinete, em local que não atrapalhe o funcionamento de dispositivos internos. A sílica-gel absorve a umidade, porém periodicamente deve ser trocada.

Os microcomputadores popularizaram-se no primórdio dos anos 80, do século passado. Inicialmente, eram pouco mais do que uma máquina de escrever incrementada. Cedo, no entanto, percebeu-se que estas máquinas, centenas de vezes mais baratas que os computadores de "grande porte" e facilmente manipuláveis, eram capazes de fornecer soluções para uma variada gama de problemas relacionadas à manipulação de informações. Assim, os microcomputadores passaram a ocupar também escritórios, bibliotecas e fábricas, num ritmo cada vez mais intenso.

Os avanços na produção dos equipamentos (hardware) e, principalmente, a contínua criação de poderosos e eficientes programas (softwares) proporcionou à tecnologia computacional um mercado de dimensões cada vez mais amplas. Nas bibliotecas, os microCOMPUTADORES, são ferramentas essenciais nas mesas de trabalho de bibliotecários e auxiliares. Assim, para bom desempenho nas atividades de informação prestada pela biblioteca, a atenção com o cuidado e manutenção destas ferramentas passa a ser fundamental.


Observação: Os links contidos no texto são apenas para ilustração ao comentário, não para recomendar algumas das marcas.


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FERNANDO MODESTO

Bibliotecário e Mestre pela PUC-Campinas, Doutor em Comunicações pela ECA/USP e Professor do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP.