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QR OU Q ACERTE NA COMUNICAÇÃO. O Q IMPORTA É O BIBLIOTECÁRIO DISSEMINAR CRIATIVAMENTE A INFORMAÇÃO

Código de barras é uma representação gráfica de dados que podem ser numéricos ou alfanuméricos dependendo do sistema utilizado. É recurso popular em bibliotecas não só por ser mais um “código”. Aplica-se, nos materiais bibliográficos, por meio de etiquetas contendo um conjunto de traços claros e escuros, cuja leitura só é possível via scanner. Os dados capturados são compreendidos pela máquina que os converte em letras ou números legíveis ao entendimento humano. Sua utilização, em bibliotecas, facilita e muito a atividade de circulação e controle do acervo bibliográfico e, em especial, o processo de inventário.

 

Nesse último aspecto, jaz o tempo das gavetas de fichas impressas (do catálogo topográfico) levadas em mãos. Atividade acompanhada de paciência para conferir, nas estantes, item a item, a existência, o estado de conservação ou desaparecimento do material. Uma atividade operacional, braçal e maçante.  Embora haja quem goste, talvez por obrigar o usuário a uma penitência de semanas sem acesso ao serviço de informação.

 

Mas, mesmo esta conhecida tecnologia já encontra outras opções interessantes de controle, e de circulação de dados. Começa a se popularizar os chamados códigos de barras bidimensionais, um exemplo é o QR Code.  Esse formato não é novo, existe desde 1994. Inicialmente, usado para catalogar diferentes partes na construção de veículos, passou a ser adotado no gerenciamento de inventário em indústrias. Atualmente, ganha as atenções mundiais de empresas e do público web.

 

No Brasil, a primeira aplicação do código foi em anúncio publicitário da Fast Shop, em dezembro de 2007. Posteriormente, a Nova Schin publicou um anúncio com o código, em junho de 2008, e a Claro realizou uma campanha utilizando o recurso em novembro de 2008. Também, em novembro de 2008, durante o Salão do Automóvel, a Volkswagen aproveitou o código para uma ação em seu estande. Já, uma empresa de serviços para celular, a Lendorff Kaywa, produziu uma campanha na qual um “cachecol” tem o QR Code estampado.

 

O QR Code (QR vem de Quick Response), também denominado Código de Barras em 2D (2Dbarcodes), é uma matriz ou código de barras bi-dimensional, criado pela empresa Japonesa Denso-Wave, que pode ser interpretado, mesmo em imagens de baixa resolução, feitas por câmeras digitais de celulares. Aliás, é nos celulares o maior apelo desse código. Desde 2003 estão sendo desenvolvidas aplicações direcionadas a ajudar os usuários na entediante tarefa de adicionar dados em telefones celulares. Afinal, digitar texto ou URLs longos em celular é um problema. Apontando a câmera para uma imagem QR, deixando que um software detecte, decodifique e abra o browser, resolve-se o problema. O código QR pode ser capturado desde imagem impressa em papel, telas de vídeo, camisetas etc.

 

O formato é muito comum, também, em revistas e propagandas onde se usa para guardar endereços; além de outras informações detalhadas. No caso de cartões de visitas, facilita a inserção dos dados em agendas eletrônicas de telefones. Consumidores com programas de captura ou computadores pessoais, com interface RS-232C, podem utilizar um scanner para capturar as imagens geradas do código.

 

 O diferencial é que essas imagens podem embutir um conteúdo rico em informações. Sua capacidade de “guardar” dados está muito além do código de barras tradicional. Ele, por exemplo, pode conter um endereço de internet, um texto, resumo, ou mesmo um registro bibliográfico, entre outras possibilidades. Na figura 01, apresenta-se um exemplo dessa possibilidade.

 


Figura 01 – Exemplo de uso do QR contendo um registro bibliográfico em Formato MARC

 

A sacada desse sistema é que qualquer usuário pode, facilmente, através de um celular com suporte a um interpretador, obter o conteúdo “embutido” dentro do QR Code. Da mesma forma, abre uma série de possibilidades para a biblioteca, cujo limite será a criatividade do bibliotecário. Em tempo, o conteúdo da Figura 01 é um registro copiado da Base do CRUESP - UnibibliWeb:

 

LDR 00732nam  2200253 a 4500

001 BU000103249

002 n

005 20090421160337.0

008 080514s2006    mgb    fr     000 0dpor d

020 __ |a 8570415680

040 __ |a BIBLIODATA |b por

043 __ |a s-bl---

082 04 |a 301.441

245 02 |a A Invisibilidade da desigualdade brasileira / |c Jessé Souza organizador. -

260 __ |a Belo Horizonte : |b Ed. da UFMG, |c 2006

300 __ |a 396 p. -

440 _1 |a (Humanitas)

504 __ |a Inclui bibliografia

650 _4 |a Igualdade.

650 _4 |a Classes sociais - |z Brasil.

650 _4 |a Sociologia.

700 1_ |a Souza, Jessé.

956 __ |a TELMA |b 40 |c 20090421 |l UEP01 |h 1603

930 -1 |m LIVRO |1 BMA |B COL. GERAL |3 301.441 I62 82.429 |6 82429 |f 03 

 

 

A biblioteca pode oferecer, na imagem gerada do QR Code, não só dados de localização de um item no acervo, mas informações sobre o material, seu autor, do próprio serviço de informação. Pode codificar a descrição bibliográfica do próprio item, e mesmo as formas de referenciar segundo normas bibliográficas adotadas pela instituição. Tudo para que os usuários possam obter informações detalhadas.

 

O que torna o recurso interessante, ao ambiente biblioteconômico, é poder utilizar o QR Code como forma de expressão da unidade de informação. Imagine desenvolver uma campanha de leitura, evento ou concurso. Até, mesmo, a apresentação pessoal da equipe estampada no blog ou no site da biblioteca. Modelar na etiqueta instrução de acesso e uso e canais de contato com o serviço (e-mail, telefone e outros dados).

 

Características do QR CODE

O formato oferece uma capacidade de armazenamento que vária:

·                    Numérica – máximo  7.089 caracteres

·                    Alfanumérica – máximo  4.296 caracteres

 

Apresenta capacidade de correção de erros:

·                    Nível L 7%

·                    Nível M 15%

·                    Nível Q 25%

·                    Nível H 30%

 

Para os bibliotecários que desejam experimentar o recurso, no endereço http://qrcode.kaywa.com/, há um gerador de Código QR. Alternativa para montar uma imagem em QR Code é usar a interface de programação de gráficos do Google. Exemplo para visualizar no navegador:

 

1) Indicando o endereço:  http://www.ofaj.com.br

 

http://chart.apis.google.com/chart?cht=qr&chl=http://www.ofaj.com.br&chld=l&chs=300x300

 

2) Inserindo mensagem sobre Amar bibliotecária (o) é:

 

http://chart.apis.google.com/chart?cht=qr&chl= Amar bibliotecária (o) é.... Elencar as formas descritivas e temáticas do amor &chld=l&chs=250x350

 

Nesta URL quatro parâmetros devem ser indicados:

·                    Em cht, usar qr para indicar o tipo de imagem será gerado do gráfico QR Code.

·                    Em chl, insira o texto a ser transmitido por meio do Código, que deve estar no padrão UTF-8.

·                    Em chld é definida a correção de erros, com as letras L, M, Q e H indicando níveis crescentes de correção (com mais dados no QR Code).

·                    No fim, chs indica o tamanho da imagem gerada pelo serviço.

 

Nos endereços citados há  informações mais detalhadas sobre o formato e os requisitos para sistema de celulares:

 

Vídeo demonstrativo do conceito: http://reader.kaywa.com/tmpl/default/web/popup.php

 

Requisitos do sistema e lista de aparelhos suportados: http://downloads.uol.com.br/celular/utilitarios/qrcodereader.jhtm

 

Leitor do formato: http://reader.kaywa.com/

 

Experiência no uso do QR Code

 

Uma aplicação prática de uso do QR Code é realizada pela Brooklyn Public Library uma rede composta de 60 bibliotecas públicas localizadas no estado de New York, nos Estados Unidos. A rede de biblioteca desenvolveu imagens codificadas para cada uma das suas filiais contendo informações de localização e serviços realizados. No link há acesso para informações sobre o projeto realizado:  http://natehill.wordpress.com/2008/07/27/the-physical-internet-10-at-not-your-library/

 

O responsável por desenvolver a ação menciona que a idéia nasceu depois de tomar conhecimento que CitySearch São Francisco tem usado 2Dbarcodes para identificar restaurantes. Neste instante surge a idéia de adesivos para as filiais da biblioteca. Além de acrescentar imagens com informação da Web nas filipetas impressas da biblioteca. A ação foi codificada em 2 formatos diferentes, Data matrix e QR. O primeiro é imagem em formato de arquivo  PNG que pode ser copiado e colado em arquivos dos programas: Microsoft Word, Photoshop ou Ilustrador. O segundo formato contém modelo de etiqueta em arquivo. Cada folha tem 6 adesivos, e pode ser impressa em etiquetas auto-adesivas. Isso permite gerar etiquetas “ex libris” para afixar no material bibliográfico, integrando os documentos à rede de bibliotecas e ao Website. Exemplo em:   http://www.natehill.net/barcodes/exlibris_qr.pdf

 

Concluindo

 

Gerar códigos QR pode ser interessante para as atividades de gestão da biblioteca, incluindo uma nova forma de interação com os usuários. O recurso pode servir como canal de comunicação de informação baseada na web sobre as coisas que interessam à comunidade. O bibliotecário poderia em QR codificar diferentes seções da coleção. Essas codificações poderiam ser postadas nas estantes ao lado dos números de classificação. Os usuários poderiam escolher se gostariam de ser informados sobre os itens mais recentes inseridos naquela área da estante.

 

De qualquer forma, as possibilidades são muitas. Assim, QR ou que acerte nos meios de comunicação escolhidos para contatar o usuário, tanto faz. O que irá importar é o bibliotecário disseminar, com criatividade, a informação.

 

Indicação de fontes apresentando o QR Code e a forma de sua utilização podem ser obtidas em:

 

http://www.messa.com.br/eric/ecode/2007/06/cdigo-qr-evoluo-do-cdigo-de-barras.html

 

http://gattune.blog.br/entenda-o-qr-code-o-conteudo-escondido-em-barras-2d/

 

http://informacaovirtual.com/iv/tecnologia/aprenda-a-usar-o-qr-code


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FERNANDO MODESTO

Bibliotecário e Mestre pela PUC-Campinas, Doutor em Comunicações pela ECA/USP e Professor do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP.