AO PÉ DA ESTANTE


AO PÉ DA ESTANTE... COM UM BRASILEIRO MADE IN HUNGARY


Um livro leve, denso e contundente ao mesmo tempo. Lançado primeiramente em 1956, recebe, quase 60 anos depois, em 2014, publicação primorosa da Edições de Janeiro. Um livro de mais de 250 páginas, mas de formato pequeno, que se aninha perfeitamente nas mãos de qualquer leitor ou leitora. Um livro que, em momentos menos luminosos, tem o dom de nos iluminar. Um livro que nos faz admirar a inteligência e a sensibilidade de um brilhante autor, que nos faz pensar sobre o Brasil, o Mundo e a Vida, de ontem e de sempre!

O livro? Como aprendi português e outras histórias. O autor? Paulo Rónai.

O entusiasmo despertado por esta leitura foi imenso, tanto que, nesta síntese, para não correr o risco de deixar passar alguma informação abrimos uma exceção e pedimos ajuda às excelentes orelhas desta obra, adaptando-as um pouco. Tais orelhas não vieram assinadas, como seria desejável. O pré-texto também nos brinda com uma minuciosa apresentação da editora Ana Cecília Impellizieri Martins - Paulo Rónai ou a Costura do mundo. O Prefácio é de Nelson Ascher. Mas vamos às orelhas:

Da capa: Como aprendi português e outras histórias é um conjunto de ensaios. O primeiro em que Paulo Rónai apresenta a pluralidade de seus temas e interesses: a experiência como tradutor, o prazer da busca e descoberta de novas línguas, o amor pelo idioma natal e seus autores, a fascinação pela literatura francesa, a defesa ferrenha do latim, a preocupação com a educação no Brasil. Reunidos em quatro grupos temáticos, temos 30 textos, estimulantes como o próprio autor, um homem de importância ímpar no cenário cultural brasileiro do século XX, um homem que amava as palavras, seus sons e infinitos sentidos.

Da contracapa: Paulo Rónai nasceu em Budapest, Hungria, em 1907. Em 1941, fugindo da Guerra e de um campo de trabalho, chegou ao Rio de Janeiro. Já falava e entendia o português. Em 1945, naturalizou-se brasileiro. Tradutor, professor de línguas, crítico e ensaísta, esse intelectual de brilho raro construiu nas cinco décadas de vida brasileira uma obra monumental em livros, dicionários, revistas e jornais. Ele próprio dizia-se um "escritor nas horas vagas, [mas] professor por vocação e destino". Nas salas de aula, ensinou muito mais que simplesmente idiomas. Paulo Rónai morreu em 1992, na cidade fluminense de Nova Friburgo, em seu sítio "Pois é".

Enfim, neste Como aprendi português e outras histórias, os leitores encontram algo (ou muito mais, dependendo de quem lê) de cada tema que apaixonava o autor, mas também encontram o próprio autor, como se com ele conversassem. Uma descoberta de valor inestimável. Aconselhamos a não deixarem sequer uma página de fora. Nada deve ficar para depois. Vão até o último texto - O poeta de Bor - e aí se emocionem e sintam-se em profunda conexão com o que Paulo Rónai nos conta neste fecho lírico e sofrido.

Não há como evitar o lugar-comum: é um livro imperdível!


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SARASVATI

Nascida e criada na Índia, estudou na Universidade de Madras, morou em Goa (onde aprendeu português) e viajou pelo mundo em busca de autores e compositores diferentes. Apaixonada pela música brasileira, fixou-se em São Paulo, pela convivência pacífica entre religiões as mais diversas.