INFORMAÇÃO E SAÚDE


COMO O CAMPO DA SAÚDE INFLUENCIOU MINHA PERCEPÇÃO SOBRE A BIBLIOTECONOMIA E A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Introdução

 

Atuando há 22 anos em dedicação exclusiva em universidades públicas e, especialmente, nos últimos 11 anos no campo da saúde, percebo que paulatinamente alguns pensamentos meus foram se transformando – o que é bem natural e esperado. Assim, decidi escrever esse texto para explicitar minha atuação profissional no campo da saúde, apresentar como vejo a biblioteconomia e a ciência da informação no momento atual, e, finalmente, semear algumas ideias que tenho sobre o ensino de graduação e atuação dos profissionais da ciência da informação. Para atingir tal objetivo, fiz uma lista de perguntas e respostas que apresento a seguir.

 

Que atividades exerço na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo?

 

Como docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, minhas atividades são relacionadas ao ensino, à pesquisa e à extensão. No ensino, sou responsável por cinco disciplinas que tratam de fenômenos sobre informação em saúde, quais sejam: Fontes de Informação em Saúde; Terminologias em Saúde; Tecnologias e Inovação em Saúde, Documentação em Saúde; e, finalmente, Comunicação e Difusão dos Conhecimentos em Saúde. Essas disciplinas estão abertas a todos os alunos de graduação que queiram aprender mais sobre suas temáticas, de modo que na sala de aula recebo alunos da Informática Biomédica, da Biblioteconomia, da Nutrição, da Educação Física, da Farmácia, da Enfermagem, da Administração, do Direito etc. Por receber alunos de diferentes cursos, considero-me uma docente da Universidade de São Paulo a serviço de todos e a serviço, sobretudo, da sociedade.

 

Na pesquisa, muitos profissionais da informação que não me conhecem acham que atuo como bibliotecária ajudando meus amigos docentes da Faculdade de Medicina a realizarem levantamentos bibliográficos ou revisões sistemáticas. Mas, não é assim que funciona minha atuação em pesquisa. Eu desenvolvo minhas próprias pesquisas, sobretudo, voltadas ao uso de informação em saúde. Nosso grupo de pesquisa denominado “Tecnologias e Informação em Saúde (TIES)” é bastante forte nesta temática e esse tem sido meu foco de atuação desde o meu pós-doutorado na McGill University, no Canadá. Assim, eu atuo como pesquisadora e não como assistente de pesquisa de outros pesquisadores, mesmo porque não teria tempo para isso. Logicamente, uso o conhecimento da biblioteconomia e da ciência da informação para desenvolver minhas pesquisas, mas realmente meu trabalho na Faculdade de Medicina não consiste em ser bibliotecária. Grande parte dos 280 docentes de nossa Faculdade não conhecem minha formação na graduação, pois nunca me perguntaram, e até mesmo os alunos do curso de Biblioteconomia tomam um grande susto quando mostro o meu Lattes e digo que sou formada na área, pois acham que fiz algum curso do campo da saúde. Isso é bem engraçado, sempre. É importante ressaltar que, em nossa Universidade, temos o Sistema Integrado de Bibliotecas, o SIBI. É o SIBI que efetivamente assessora os pesquisadores em suas respectivas pesquisas.

 

Na extensão, meus projetos também estão voltados ao uso da informação em saúde. Meus projetos de extensão atendem a população mais carente que necessita de informação em saúde com qualidade e em linguagem o mais simples possível. Acho que outra atuação importante minha está na assessoria a periódicos científicos de diversas áreas (saúde, informação, informática e educação), assessoria a agências governamentais e de fomento para análise da viabilidade técnica e financiamento de projetos em diferentes áreas, bem como gasto boa parte do meu tempo emitindo pareceres sobre ética em pesquisa com seres humanos. Praticamente, emito um parecer por semana e a minha dificuldade de atualizar o Lattes é enorme, pois a quantidade de trabalho que tenho é significativa.

 

Como me tornei docente na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo?

 

Eu diria que não foi sorte, desejo ou azar, mas um conjunto de circunstâncias, principalmente profissionais, me levaram ao campo da saúde. A lista de acontecimentos é enorme porque minha vida é bastante intensa e vivo praticamente cada dia como se fosse o último. Contudo, para citar apenas um acontecimento, eu posso dizer que já na Graduação em Biblioteconomia e Documentação que realizei na Universidade de São Paulo, iniciei um percurso de “ponto fora da curva”.  Na graduação, fiz disciplinas optativas na história, na sociologia, no cinema, nas artes plásticas, no direito, na educação física, no turismo. Teve um semestre que eu acordava cinco horas da manhã para praticar canoagem com os alunos e docentes da educação física. Outro semestre eu fazia ciclismo de rua. Em outro, ciclismo de velocidade. Em outro, natação. Eu fiz muitas disciplinas sobre história da arte e assim por diante.  Desde a graduação, fui construindo um pensamento de que fazer e estar na Universidade não é apenas atuar em um curso X ou Y. E, então, fui desenvolvendo minha habilidade para conversar com pessoas de diferentes áreas do conhecimento e entendê-las em suas necessidades, angústias e semelhanças. Essa formação de base me forneceu elementos para ir além. Hoje, sinto-me confortável para conversar com um aluno do direito, da mesma forma que eu me sinto confortável para falar com um aluno da medicina ou com um aluno da ciência da informação. Aliás, meus orientandos atuais são da medicina, da enfermagem e da fisioterapia e, segundo relatam, com todos os vieses que isso possa ter, eles aprendem muito com os conhecimentos que lhes passo relacionados sempre a fenômenos sobre informação em saúde. Enfim, existe uma longa história de estudos e dedicação por trás da minha atuação profissional.

 

Meu primeiro artigo versava sobre as diferenças entre biblioteconomia, documentação e ciência da informação (GALVAO, 1993). Atualmente, como eu analiso essa problemática de termos e conceitos relacionados à área?

 

A ciência para evoluir não pode ter amarras, salvo aquelas amarras éticas para preservamos a vida na face da Terra. Quando penso hoje a biblioteconomia brasileira vejo-a meio engessada pois os cursos de graduação, para existirem e serem considerados reconhecidos pelo Ministério da Educação e também pelos Conselhos Regionais e Federal, precisam seguir um conjunto de diretrizes, conteúdos e temáticas que não diferem muito com o passar dos anos e das décadas. Talvez, os docentes inclusive tenham que usar os mesmos ppts por alguns semestres pois precisam atender ao que lhes é exigido na proposta curricular. Existe pouca liberdade para mudanças e inovações. Então, penso que há uma dessincronia entre o que o aluno aprende e as problemáticas sociais que estão dadas em decorrências de crises políticas, sociais e econômicas. Em relação à ciência da informação, hoje, vejo-a um pouco “do outro lado do rio”. Deixe-me explicar essa expressão. Recentemente, quando estive em Portugal, um professor fez questão de mostrar Lisboa para mim e minha família. Para tanto, ele pegou o carro, atravessou a ponte, saiu da cidade e, então, nos mostrou Lisboa do outro lado do rio. Segundo ele, para se ver bem uma cidade é preciso sair dela. Assim, atualmente, talvez eu veja a ciência da informação do outro lado do rio mesmo. Chego a imaginar que, do ponto de vista científico, a ciência da informação é um termo que traz menos amarras que o termo biblioteconomia, ou seja, esse guarda-chuva teria uma capacidade maior de absorver “a vida como ela é”. Por outro lado, às vezes, deparo-me com estudos que são muito insuficientes realizados pela ciência da informação no campo da saúde que revelam, de um lado, total falta de vivência do pesquisador no campo da saúde e, de outro, a proposição de teorias sobre a informação em saúde que beiram a ficção científica. Então, em poucas palavras, falta à ciência da informação mais ênfase ao método científico, sobretudo, para que seus estudos sejam reproduzíveis e aceitáveis por pesquisadores que não sejam da ciência da informação, propriamente dita. Para citar um exemplo, uma vez recebi um projeto de pesquisa cujo objeto era a “análise de um prontuário médico”. Eu me perguntei: como assim? Nem mesmo o Conselho Federal de Medicina usa mais o termo prontuário médico, como esse estudo pode estar tão fora de contexto histórico? Outra coisa chocante, foi saber que o pesquisador iria analisar apenas e tão somente um prontuário, sabendo-se que são realizados no Brasil cerca de 4 bilhões de atendimentos ambulatoriais por ano e cerca de 12 milhões de internações também em cada ano. Então, isso me assusta na ciência da informação: de um lado, a potencial falta de método e, de outro lado, alguns estudos que não tem uma conexão com a realidade como poderiam e deveriam ter. Isso, ao menos relacionado a temática da informação em saúde, onde costumo emitir mais pareceres para o financiamento de projetos e publicação de artigos científicos.

 

Em um artigo sobre a construção de conceitos na ciência da informação, discuto o fluxo de tratamento da informação, afirmando que o usuário vem sempre em último lugar nesse fluxo (GALVÃO, 1998). Atualmente, qual é minha percepção sobre o fluxo de informação empregado pela ciência da informação?

 

Para responder essa pergunta, citarei um exemplo. Recentemente, eu estava ministrando um treinamento para bibliotecários. E, antes de começar qualquer atividade, costumo chegar e conversar com as pessoas para saber quem são, de onde vieram, o que planejam para o futuro, de modo que eu possa lhes oferecer informações que sejam interessantes e compatíveis com seus objetivos. Nessa ocasião, conheci uma bibliotecária que havia sido contratada por um hospital. Ela me relatou que estava nessa instituição há 6 meses e que a biblioteca ainda estava fechada porque ela estava organizando o acervo. Aquela informação bateu fundo no meu coração e fiquei pensando: Como assim, em 6 meses, não abriu a biblioteca? Quantas pessoas já morreram nesse período porque a informação correta e atualizada não chegou às mãos dos profissionais de saúde? Eu fiquei tão impactada com aquele relato que meus pensamentos formaram um verdadeiro buraco negro informacional, minha mente se apagou por alguns segundos. Sofri profundamente em silêncio. Mas, acho que todas as pessoas que morreram no período de 6 meses nesse hospital e também a bibliotecária em questão foram vítimas de um modelo de ensino que não prioriza formas de atuação profissional que sejam alternativas ao fluxo mencionado nesse artigo de 1998, meio antigo já, não? A meu ver, os cursos de graduação ensinam tecnologias (e, aqui eu incluo, todas as tecnologias biblioteconômicas como a representação descritiva, representação temática, etc.) que foram desenvolvidas pelos países desenvolvidos, que focam modelos ideais de bibliotecas e serviços de informação, muitos dos quais exíguos em nosso território brasileiro. E o que precisamos, efetivamente, é de uma biblioteconomia frugal. Frugal é um adjetivo que os indianos empregam para qualificar tecnologias que possam transformar a sociedade e que necessitam de poucos recursos para serem desenvolvidas, adquiridas e empregadas (RADJOU, N., PRABHU, 2015). Em outras palavras, as tecnologias frugais possuem qualidade, mas são suficientemente baratas e eficazes para atender a base da pirâmide econômica, ou seja, os 4 bilhões de pessoas que vivem com menos de 2000 dólares por ano (PRAHALAD, HAMMOND, 2002). Assim, se eu tivesse a oportunidade de participar da criação de um novo curso de graduação em biblioteconomia, ele seria um curso de biblioteconomia frugal, usando tecnologias que possam ser empregadas com baixo custo, mas que sejam eficazes. Colocaria os alunos não para ouvirem aulas de normas e regras internacionais apenas, mas para criarem soluções novas, 100% uteis para a sociedade que vive em um país em desenvolvimento. Ou seja, penso que o objetivo da área não seja construir bibliotecas dentro dos padrões X ou Y, mas levar a informação para quem precisa dela, não importa como, não importa onde. Assim, eu priorizaria uma abordagem de curso com menos regras e mais pró-atividade visando a criação de uma biblioteconomia genuinamente brasileira com foco na população carente. Então, voltando à pergunta inicial, penso que o texto ainda tenha alguma validade, mas não deveria ter. Em outras palavras, as coisas deveriam ter evoluído mais rapidamente, mas continuamos meio engessados, na minha singela opinião.

 

Quais foram as contribuições da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto para o meu desenvolvimento humano, profissional e acadêmico?

 

A Faculdade de Medicina me deu um choque de humanidade. Uma coisa é ler Marx, Weber e Durkheim deitado na cama confortável, tomando chocolate quente e ouvindo jazz como música de fundo e absorver o sentido poético de cada palavra lida; outra é encarar a sociedade olhos nos olhos. Geograficamente, para chegar a minha sala de trabalho, preciso atravessar todo um hospital que atende cerca de 3500 pessoas por dia com condições de saúde de alta complexidade. Muitas pessoas estão ali a espera de uma última chance de receber um tratamento adequado e eficaz para seus problemas de saúde. Assim, diariamente, deparo-me com muitas questões sobre a vida, a morte, o ter uma família, o ter o acesso público a um serviço de saúde, sobre profissionalismo, sobre compromisso social. Nesse contexto, você começa a entender melhor o que é essencial e o que é secundário. Você mede suas ações com maior propriedade. Você compreende que o tempo é escasso e que se você não fizer melhor possível o seu trabalho, muitas pessoas de várias camadas da população serão prejudicadas. Você sabe que o seu salário é pago por pessoas carentes e que precisam de algum retorno efetivo desse investimento. Quando você observa uma criança doente, chorando, muitas vezes gritando para não deixar a mãe e entrar no centro cirúrgico, sua percepção da existência ganha novas dimensões. Você adquire conhecimentos pela vivência, com todos os sentidos envolvidos, e esses conhecimentos ficam internalizados. Situações vividas como essas todos os dias deixam-nos mais fortes e resilientes. Hoje, sou uma pessoa que encontra soluções, que não se assusta com nenhum tipo de problema e que não chora, fica triste ou desanimada por razões fúteis. Aí vem uma importante compreensão: não me tornei mais insensível e, sim, obtive maior discernimento. Do ponto de vista acadêmico, sem dúvida, fui me tornando uma pessoa mais exigente porque, geralmente, não se abre a boca no campo da saúde sem algum fundamento científico, sem se receber múltiplos questionamentos sobre o método empregado para se chegar a determinadas conclusões. Você tem que provar, não basta elucubrar. Todos esses fatos vão levando a uma transformação interna, talvez irreversível. Vivo em uma dimensão menos ficcional. Não é algo bom. Nem algo ruim. É algo diferente.

 

Atuando na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, e tendo um olhar mais externo da área, quais são as fraquezas e fortalezas do campo de biblioteconomia e da ciência da informação?

 

Sobre as fraquezas, que não são exclusivas da área, mas de uma abordagem de ensino superior do Brasil, penso que os alunos de biblioteconomia deveriam ter mais liberdade para construção de seus próprios currículos. Muitos docentes creem que a Universidade deva fornecer uma “formação consistente” em forma de disciplinas obrigatórias e sequenciadas. Já eu sou uma grande entusiasta das disciplinas optativas e livres, desde minha graduação na Universidade de São Paulo. Vamos dizer que, por onde eu andei, fui e sou uma defensora da flexibilização curricular e das disciplinas optativas como forma de oferecermos à sociedade profissionais que pensam diferente, que possam oferecer respostas incomuns, que possam propor novos modelos de fluxos informacionais. Sobre as fortalezas, em muitas situações, no campo da saúde, emprego conhecimentos da graduação em biblioteconomia. Recentemente, uma aluna da medicina me perguntou porque na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a subdivisão 9 apresenta temáticas genéricas. Pude, então, me valer do conhecimento sobre classificações para responder essa questão. Enfim, quando nos dedicamos, participamos de educação continuada com frequência, somos atentos e ávidos por conhecimento, podemos ser mais úteis em diferentes campos e setores. Esse tipo de “fortaleza” está ao alcance de todos e pode ser incentivado já na graduação.

 

Que outros apontamentos eu gostaria de acrescentar a este texto?

 

Aproveito para acrescentar que os pesquisadores deveriam reescrever e reeditar seus artigos publicados tecendo considerações sobre se as informações publicadas ainda são válidas ou não, pois muitas pessoas citam artigos antigos acreditando que o autor continua pensando da mesma forma décadas depois. Mas, autores mudam sua forma de ser, pensar e compartilhar informações.

 

Referências

 

GALVAO, M.C.B. Os conceitos dos termos biblioteconomia, documentação e ciência da informação. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 26, n.1/2, p. 100-114, 1993. Disponível em: http://www.brapci.ufpr.br/brapci/index.php/article/view/0000002165/
29df732b8a16cd20ae9e2d1c0e7cc5df
  Acesso em: 23 out. 2016.

 

GALVAO, M.C.B. Construção de conceitos no campo da ciência da informação. Ciência da Informação, v. 27, n.1, p. 40, 1998. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19651998000100006 Acesso em: 23 out. 2016.

 

PRAHALAD, C.K.,  HAMMOND, A. Serving the world's poor, profitability. Harvard Business Review, p.48-57, Sept. 2002. Disponível em: https://hbr.org/2002/09/serving-the-worlds-poor-profitably Acesso em: 23 out. 2016.

 

RADJOU, N., PRABHU, J. Frugal innovation: how to do more with less. New York : PublicAffairs, 2015.

 

Como citar este texto

GALVAO, M.C.B. Como o campo da saúde influenciou minha percepção sobre a biblioteconomia e a ciência da informação. 03 de novembro de 2016. In: Almeida Junior, O.F. Infohome [Internet]. Londrina: OFAJ, 2016. Disponível em: http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=1014


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MARIA CRISTIANE BARBOSA GALVÃO

Professora na Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Sua experiência inclui estudos na Université de Montréal (Canadá), atuação na Universidad de Malaga (Espanha) e McGill University (Canadá). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília, mestre em Ciência da Comunicação e bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade de São Paulo.