Este texto é para explicar uma abordagem diferente das minhas experiências acadêmicas anteriores. De uma forma leve e diferente de outras técnicas de confronto e autodescoberta. Em algum ponto de nossas existências, já nos deparamos com as relações dos astros, ou estudos astrológicos, horóscopo ou os doze signos dos zodíacos.

A astrologia é um campo de estudo? O célebre psiquiatra Carl Jung, pai da psicologia analítica, usou astrologia dos signos para fundamentar sua linha de investigação. A astrologia sempre o interessou pelo universo, as pessoas, o espírito humano e os fenômenos. Em diversas experiências, investigou uma eventual conexão entre a astrologia e a sincronicidade por um "experimento astrológico". Para isso, analisou mapas astrológicos de casais para verificar se existia uma concordância com os aspectos astrológicos tradicionais. Segundo a tradição, os aspectos mais presentes seriam conjunções Sol e Lua, a relação amorosa entre Marte e Vênus e as relações destes astros com o ascendente e o descendente.

Algumas das suas obras, como Sincronicidade (2018), O espírito na arte e na ciência (2011) e O segredo da flor de ouro: um livro de vida chinês (2017), mostram o seu grande interesse nos astros. A astrologia é uma linha de investigação sua que introduziu o conceito de "arquétipos", padrões psíquicos que existem no inconsciente coletivo. Muitos astrólogos apontam, por meio do método da intuição, que este conceito está relacionado às realidades psíquicas dos doze signos do zodíaco.

Há fundamento no texto para isso, mas vou agora para uma vertente mais leve, do mundo da vida. Mas, para não incomodar o leitor que não crê nos estudos cósmicos ou alquímicos dos astros, ressalto que essa conversa será sobre aqueles que acreditam em astrologia, os estudos da influência dos astros na vida do indivíduo, nesse caso, o acadêmico.

É claro que não sou astrólogo, mas me interesso bastante pelo tema! Posso passar horas falando sobre o tema e analisando traços de cada signo com quem estou conversando. Estou sempre lendo e assistindo vídeos a respeito da influência dos astros sobre as pessoas e, na grande maioria das vezes, as características batem com as ações.

Nesse sentido apresento os signos solares de acordo com a ação de cada pós-graduando/pesquisador na academia. É claro que, para analisarmos as características de alguém, não podemos nos limitar ao signo solar, mas devemos considerar o mapa astral completo, com ascendente, lua, descendente etc. No entanto, o signo solar pode ser uma boa referência inicial:

Aries: Ele é o pesquisador impulsivo! Ele é corajoso! Apesar do medo, ele vai em frente! Às vezes, ele investiga algum tema, viaja para algum congresso, talvez nem esteja no seu plano, mas ele tem um insight e fica com aquilo na cabeça, que quer fazer e acaba fazendo! Isso implica serem pesquisadores com iniciativa e autonomia. Nos eventos acadêmicos são animados, se inserem nas rodas de debates, nas amizades e nas festas. Em debates acadêmicos podem ser provocativos devido ao gênio mandão deles. Às vezes, assumem muitos compromissos e, se os encontrar, parece que estão sempre correndo.

Touro: Pesquisador pé no chão e organizado! São extremamente focados e disciplinados e suas investigações são aprofundadas e preferem estar envolvidos na organização dos eventos, que realizam com perfeição! Apesar de flertar com a procrastinação, fazem uma pesquisa excelente e se sobressaem nos temas que abordam. Para eles, tudo deve ser planejado e organizado para tomarem decisões. Avaliam os prós e contras em qualquer situação. Será se vale a pena ir ao congresso/evento? Ele verá como está a situação, desde a questão financeira, até o lugar que está sediando, sem esquecer das temáticas etc. Tudo programado. É curioso no coffee break, quer saber o que é e experimenta tudo, já que tem a fama de comilão.

Gêmeos: pesquisador comunicativo e orgulhoso por sua inteligência! Se motiva para mostrar sua inteligência! Frequenta eventos acadêmicos para apresentar suas invenções e seu engenhoso raciocínio, julgando ser uma pauta “inovadora” para trazer a esses eventos. Pode se estender nas apresentações porque adora falar, defender suas ideias e, ainda assim, pensar que não mostraram tudo o que planejara. São tímidos, paradoxais: adoram conversar e socializar. Mas a bateria social descarrega rápido, precisando inclusive se afastar para reenergizá-la. Nas apresentações, costumam gesticular sem parar e, às vezes, começam um artigo e não o terminam porque se distraíram com outra coisa que consideraram mais interessante.

Câncer: Pesquisador humanista, focado em temas sociais e envolvido com relacionamentos afetivos! Inteligente e esperto, cria seu próprio método de investigação e costuma se preocupar com a coleta de dados de pesquisa. Gostam de formar grupos para apresentações em eventos acadêmicos, pois se sentem mais motivados e dinâmicos na busca pelo aprendizado, além de terem com quem apresentar e publicar artigos. Sempre buscam pessoas mais experientes na academia para ser um abrigo e se sentir protegido. A saudade da família e amigos surge antes de participar de eventos e congressos acadêmicos, devido ao tempo que passará fora. É um pesquisador com uma inteligência emocional, por isso, também é habilidoso ao lidar com pessoas e acontecimentos. No entanto, podem ser pouco ambiciosos e apresentar dificuldades em manter o foco em tarefas que requeiram monotonia

Leão: Vaidoso e elegante pesquisador! Pensa no visual que irá adotar para o evento ao qual se inscreveu! Sabe aquela frase “não saio de casa se não for para brilhar”? Bem... Pensando em estar sempre apresentável, ele cuida de todos os detalhes: sua postura, seu modo de falar e, é claro, sua aparência. Isso o deixa à vontade para criar amizades e ser cortejado, o que lhe rende a recompensa de sentir-se valorizado. Costumam ter ideias para artigos devido ao desejo de liderar e se encaixam como o primeiro autor devido à prática de organização, mas também podem ser mandões e sofrerem com isso. Os leoninos, na verdade, não precisam se esforçar para serem notados. Já são bastante notados nos círculos sociais a que pertencem, sem se esforçarem exageradamente.

Virgem: Pesquisador organizado e metódico! Aquele que refaz todo o texto de um artigo apenas por uma única letra fora do lugar. Isso os torna detalhistas com a escrita acadêmica, o que pode gerar uma cobrança exagerada de si mesmos para fazerem o seu melhor. São muito competentes em tarefas que requerem grande expertise, cuidado e capacidade de interpretação. Seu espaço de estudo é arrumado e pouco consegue produzir se estiver em um local bagunçado. São parceiros fiéis em termos acadêmicos e se mostram preocupados com os que os cercam. No entanto, precisam ter confiança nas pessoas para firmar parcerias acadêmicas. Têm grandes metas para as suas pesquisas e podem se dedicar de maneira precisa para atingir o que desejam.

Libra: Estudioso da mediação, indica a justiça e a procura por harmonia, equilíbrio e união. Não trabalham sob pressão! Correm disso como o diabo corre da cruz! Se pretendem escrever um artigo juntos, fiquem atentos que ele fugirá de qualquer pressão, prazo apertado ou conflito, podendo até perder a motivação no artigo se trabalharem assim. São populares e sempre tem alguém os convidando para palestra em diversos eventos acadêmicos. Contudo, são extremamente reservados, nunca se sabe o que um libriano está pensando. Ele pode se distrair e viajar de um lugar para outro. A canção "Mundo da Lua" combina perfeitamente com eles "porque sou um cientista, o meu papo é futurista". Eles se deleitam com a beleza das coisas, seus olhares são precisos para perceber o que é esteticamente agradável. E isso os torna excelentes para trabalhar a estética de um texto.

Escorpião: Pesquisador com objetivos ambiciosos e planeja alcançá-los! Sua persistência e vontade de viver o motiva a aproveitar tudo o que considera atrativo e se esforça bastante para isso. Se você lhe propuser a criação de um artigo, ele fará com você e, inclusive, lhe manterá motivado quando surgirem eventualmente situações desmotivadoras. Não toleram a mistura entre a vida pessoal e a profissional, o que os tornam bastante reservados quanto à sua identidade ou opiniões. Se um de seus textos for rejeitado por uma revista, guardará rancor, mas se sentirá desafiado a publicar em uma ainda melhor! São, na realidade, pesquisadores que se sentem motivados por desafios.

Sagitário: Pesquisador aventureiro! A rotina não é para eles! São as companhias ideais para se ter nos eventos acadêmicos. São bem humorados, às vezes ácidos, e sempre dão um comentário engraçado para animar, mesmo quando o ambiente não está alegre. Os astrólogos dizem que os nativos desse signo são sempre insatisfeitos. Sempre que atinge uma meta, logo busca outra aventura para se desafiar. Querem escalar até o seu ponto mais alto, que estabeleceu como meta. Sendo assim, na vida acadêmica são os investigadores que se interessam por aventuras que demandem viagens para poderem explorar os locais e conhecer pessoas. Acho que a música "Tempos Modernos", do Lulu Santos, é perfeita para o que eles pensam. A estrofe "vamos viver tudo que há para viver, vamos nos permitir" transmite isso.

Capricórnio: O pesquisador desse signo é guiado pelos conceitos de responsabilidade e dever. No entanto, quando precisa tomar qualquer decisão, sempre se preocupa com a opinião alheia a respeito dele! Com essa mentalidade, eles se dedicam para mostrar seu trabalho mais valioso. Constroem relações, escrevem, participam de diversas atividades, dentre outras coisas, demonstrando serem extremamente trabalhadores. Se o convidar para um projeto acadêmico, ele se comprometerá e dará o seu melhor. Ele assumirá que o trabalho está ligado ao seu sucesso e o fará de forma extremamente centrada. São vaidosos, embora não chegam ao nível da fantasia. Mas são realistas.

Aquário: São cientistas que pensam fora da caixa e são discretos! Não gostam de seguir as tendências das pesquisas, pois sempre questionam o que acontece a sua volta, seja na sua profissão, nas teorias, nas pessoas que o cercam. Desconfiado. Dedicam-se às teorias, quando estão introspectivos, e acabam passando horas escrevendo, sentindo que têm muito a dizer como uma proposta de contribuição para sua área de estudo ou linha de pesquisa. Preferem pessoas que sejam diretas e não gastem muito tempo com conversas, porque logo se cansam. Embora possam passar uma impressão de frios e distantes, são abertos para socialização e, quando se relacionam com alguém, são ótimos amigos e criativos nas amizades.

Peixes: São flexíveis e adaptáveis! Têm uma grande capacidade de se envolver emocionalmente com os que os rodeiam e tentam compreendê-los. Gostam de se aprofundar nos mistérios da vida. Sua sensibilidade combinada com pesquisas científicas produz um conhecimento que visa ajudar as comunidades. Apesar de pouco ágeis, dedicam-se profundamente às pesquisas nos temas de seu interesse, geralmente influenciados por um dos professores que gosta. Sua percepção é muito aguçada, o que faz com que seja bem-sucedido na sua forma genuína de escrever. Não suporta a pressão que o mundo acadêmico impõe, preferindo sonhar a conceber a realidade mundana. Se confrontados com a dura realidade, se desvinculam criando um mundo de fuga para não se sentirem mal.

Uma brincadeira sobre os signos relacionada ao autoconhecimento. O texto não tem a intenção de ser pedante, mas sim leve e descontraído. Os signos representam as doze constelações que estão no zodíaco há mais de dois mil anos. Como não seguem nenhum sistema de experiências, as análises não são precisas e podem ser interpretadas de maneiras subjetivas e diferentes.  Elas existem e intervêm na realidade, surgindo nas conversas do dia a dia.

Posso dizer que, ao escrever sobre os signos, tenho a impressão de estar em um "clima informal", como se estivesse conversando com amigos que se interessam pelo tema dos astros. A intenção era apresentar os elementos do zodíaco de uma maneira divertida para o leitor, através do que representa cada pesquisador no mapa astral. A astrologia, aparentemente sem fundamento científico, revelaria, através dos signos do zodíaco, os traços de personalidade que influenciam o comportamento acadêmico dos pesquisadores, aquilo que não é alcançado de maneira sistemática, mas sim por conversas descontraídas.

REFERÊNCIAS

JUNG, Carl Gustav. O espírito na arte e na ciência. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2011.

JUNG, Carl Gustav. Sincronicidade. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2018.

JUNG, Carl Gustav; WILHELM, Richard. O segredo da flor de ouro: um livro de vida chinês. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2017.