A BIOGRAFIA DO RIO TIETÊ
Início da manhã. A bibliotecária, estranhamente (no entender de alguns de seus colegas) bem disposta, acabara de organizar a mesa de referência para o começo de suas atividades, quando surge, apressado, um garoto.
A bibliotecária o vê se aproximar e, prestativa (o que não é muito comum, ainda no entender de alguns de seus colegas), oferece ajuda.
- Você está precisando de alguma coisa?
- Preciso da biografia do rio Tietê - responde ele.
A princípio, a bibliotecária parece não ter entendido.
- Você precisa do quê?
- A biografia do rio Tietê - insiste o garoto.
Com ar professoral e um meio sorriso nos lábios, a bibliotecária diz que ele está equivocado e que seria conveniente verificar nas anotações de aula para encontrar o que ele precisa, de fato, pesquisar.
O menino não se dá por convencido:
- Eu preciso da biografia do rio Tietê.
>A bibliotecária, suspirando, resolve levar a questão para outro caminho.
- Olha, acho que você está precisando de uma "bibliografia do rio Tietê", ou seja, uma relação de livros que falam sobre o rio, que estudam o rio. Não seria isso?
- Não. É a biografia mesmo.
Sentando na ponta da mesa a bibliotecária inicia o que lhe parece a devida explicação.
- Biografia de um rio? Olha, não pode ser. Normalmente, a biografia se refere a uma pessoa. Alguns estudiosos resolvem contar a vida de alguém famoso, de uma personalidade conhecida. Eles contam desde o nascimento, passando por fatos relevantes da vida, até a morte.
- Então! - exclama radiante o garoto - Eu quero saber onde o rio Tietê nasce, por onde ele passa e aonde ele morre.
(Oswaldo F. de Almeida Júnior - relatando um caso contado pela Sônia Bertonazzi),/i>