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GP - INFORMAÇÃO: MEDIAÇÃO, CULTURA, LEITURA E SOCIEDADE


  • Grupo de Pesquisa - Informação: Mediação, Cultura, Leitura e Sociedade - Textos elaborados por membros do Grupo, visando a divulgação de pesquisas específicas realizadas no seio do GP e a disseminação de discussões e reflexões desencadeadas pelos integrantes do grupo.

AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS CONSEGUEM PRATICAR A BIBLIOTECONOMIA SOCIAL?

Lilian Aguilar Teixeira

Os recentes cortes orçamentários nas universidades federais levantaram a questão das prioridades para seus gastos e consequentemente o questionamento da função da biblioteca. O discurso de que os livros em papel não são mais necessários continua vindo à tona quando integrantes do orçamento universitário alegam que as verbas para livros físicos não seriam tão necessárias, pois os livros eletrônicos estariam substituindo o de papel.

 

Esse questionamento vem com o retorno das bibliotecas pós-pandemia COVID, que ocasionou o fechamento de várias bibliotecas e consequentemente a maior utilização dos recursos digitais. Esta situação nos leva a reflexões atuais, por exemplo com as bibliotecas públicas, em que dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (2022) comprovam que perdemos em torno de 800 bibliotecas públicas nos últimos 5 anos e nos fazem preocupar com as nossas bibliotecas universitárias, estas também correm o risco de perder o seu espaço? Os bibliotecários de bibliotecas universitárias conseguirão mostrar sua importância em buscar alternativas à sua sobrevivência?

O autor David Lankes (2022) aborda que o destino múltiplo das bibliotecas é o resultado inevitável do afastamento necessário da biblioteconomia de um foco servil, longe do desenvolvimento de padrões, pois não são as coleções, prédios ou metadados que garantirão o bem-estar de suas comunidades. Ele relata que precisamos de uma nova Biblioteconomia que una as comunidades fragmentadas com a verdadeira participação em ajudar aqueles a quem servimos a encontrar sentido em suas vidas, com um amplo esforço de equidade, diversidade e inclusão. Eis que esse pensamento é em conformidade com a Biblioteconomia Social, que visa justamente responder às necessidades crescentes de se pensar a Biblioteconomia como uma área diretamente ligada às questões sociais, políticas e culturais (MALLMANN; FELIPE, 2021).

Pensando nas comunidades existentes no Brasil, que é um país multicultural, recentemente a redação do ENEM de 2022 questionou quais os desafios para a valorização de suas comunidades tradicionais. No que se refere a este desafio na perspectiva das universidades federais, estas também recebem uma multiculturalidade no seu meio acadêmico. De acordo com o Censo da Educação Superior (2018) há 57.706 matrículas de estudantes indígenas na graduação, porém, as nossas bibliotecas estão atendendo todos esses usuários?

De acordo com Lankes (2022) “comunidades diferentes precisam de serviços de biblioteca diferentes”.  Não se trata somente na construção de coleções para elas, mas na construção de serviços, em que cabe aos bibliotecários e outros funcionários da biblioteca levantar os aspectos e as diversidades da comunidade, de forma que os espaços sejam reinventados para que todos os sujeitos sejam incluídos em interações no cotidiano da biblioteca, com promoção de ações que tendem a garantir o acesso e pertencimento ao espaço, contribuindo para o fortalecimento, respeito e valorização cultural.

Não basta possuirmos a capacidade de apenas fazer desenvolvimento de coleção, precisamos também de desenvolvimento de conexão e este ocorre com parcerias, como as que ocorrem com nossos pares em compartilhar ideias, desde dentro da própria universidade, criando um movimento na comunidade que valorize a verdadeira participação. As nossas bibliotecas não devem ser consideradas somente o coração da universidade e nem uma casa para livros, mas sim como aborda New life for libraries (2021) “uma casa para pessoas”. Na Europa, as bibliotecas locais estão adotando seu papel de “terceiros espaços”, um termo cunhado pelo sociólogo Ray Oldenburg. Um 'terceiro espaço' é um lugar onde as pessoas passam o tempo entre casa ('primeiro' lugar) e trabalho ('segundo' lugar) e são lugares que se tornam ainda mais vitais para o nosso bem-estar.

Se pudermos exercer essa visão diferenciada da utilização dos espaços nas bibliotecas, teremos como consequência a apropriação destes pelas comunidades, como uma forma de construção coletiva de um espaço cultural, além do espaço de empréstimo e estudo, pois a biblioteca tem um importante papel na formação de sua comunidade universitária e deve ser moldada cada vez mais em torno das pessoas, necessidades e aspirações destas.

Em relação a quais ações afirmativas para a inclusão dos povos indígenas e quilombolas sejam efetuadas nas bibliotecas universitárias, Ferreira et al.( 2022) identifica:

  1. a promoção de grupos de leitura e rodas de discussão sobre essas comunidades, integrando alunos da universidade que pertençam a comunidades indígenas ou quilombolas e deixando que eles falem;
  2. organização de um acervo específico que resgate conhecimento sobre essa população, sua história e contribuição, indispensáveis para a construção da sociedade brasileira;
  3.  fazer um atendimento direcionado, que traga conhecimento sobre a universidade e o direito de acesso a ela por membros dessas comunidades

Os ajustes dos serviços de biblioteca com o objetivo de atender as necessidades dos estudantes universitários indígenas podem levar um tempo, pois a sua promoção de entrada nas universidades é cercada por situações de uma inclusão excludente, marcada por estigmas e situações de estigmatização e invisibilidade, sendo necessária ressignificar suas práticas em reconhecer os direitos diferenciados para uma realização de estratégias de construção de uma perspectiva intercultural.

Referências:

FERREIRA, Sílvia Letícia da Silva; MORAES FILHO, Rodolfo Araújo de; ALBUQUERQUE, José de Lima; SANTOS, Maria Wellita Bezerra dos; VILELA, Debora Nathalia Araujo. O papel social da biblioteca universitária: percepções dos bibliotecários do SIB-UFRPE sobre ações afirmativas para inclusão de estudantes indígenas e quilombolas. 2022. 29. Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação  [...]. [S. l.: s. n.], 2022. Disponível em: https://portal.febab.org.br/cbbd2022/article/view/2518/2577. Acesso em: 21 nov. 2022.

LANKES, R. David. Future of Libraries. 14 Nov. 2022. National Library of Korea 77th Anniversary Conference [...]. Korea: [s. n.], 14 Nov. 2022. Disponível em: https://davidlankes.org/future-of-libraries/.

MALLMANN, Patrícia; FELIPE, Carla Beatriz Marques. Movimento da Biblioteconomia Social: uma análise da literatura em português, espanhol e inglês. 25 Oct. 2021. XXI Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação – XXI ENANCIB [...]. Rio de Janeiro: [s. n.], 25 Oct. 2021.

NEW LIFE FOR LIBRARIES. Eurocities, 19 Aug. 2021. Available at: https://eurocities.eu/stories/new-life-for-libraries/. Acesso em: 21 Nov. 2022.

 

 

Lilian Aguilar Teixeira- Doutoranda em Ciência da Informação pela Universidade de Coimbra em cotutela com a Universidade Estadual Paulista. Mestre em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco. Especialista em Gestão da comunicação e marketing institucional. Bacharel em Biblioteconomia pelo Instituto de Ensino Superior da Funlec. Bacharel em Administração pela Uniderp.

Bibliotecária da Universidade Federal do ABC- São Bernardo do Campo. Membro do grupo de pesquisa Informação: Mediação, Cultura, Leitura e Sociedade – e-mail: lilian.teixeira@ufabc.edu.br


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