LITERATURA INFANTOJUVENIL


VERDADES SOBRE O LIVRO INFANTOJUVENIL

Para alguns adultos o livro infantojuvenil:

Tem poucas páginas, então é fácil ler. Mentira!

Contêm temáticas mais palatáveis e ingênuas. Mentira!

Basta colocar gírias e ilustrações que correspondem ao interesse do pré-adolescente e adolescente e a sedução acontece. Mentira!

Mediar o livro para essa faixa etária é uma ação simples, portanto fácil de realizar. Mentira!

Poderia acrescentar mais algumas inverdades nessa lista, mas deixarei para outra oportunidade.

Resolvi discorrer a respeito desse assunto, pois há meses deixo dois livros na minha mesa de trabalho e volta e meia invisto um tempo... e, acabo concluindo que talvez ainda não compreendi o texto em sua totalidade.

Deixo os dois por perto para que eles me provoquem uma releitura. Já fiz uma releitura, acho que já posso dizer trileitura.

O que quero dizer com esse discurso todo: primeiro que literatura infantojuvenil é para todas as idades. Não há vergonha em lê-la.

Ter temática palatável não significa falta de profundidade e nem que a escrita seja óbvia. Um texto com possibilidades de provocar amadurecimentos no leitor nem sempre revela seu conteúdo, muitas vezes apenas insinua.

Vou falar aqui de dois livros.

O livro que me provoca há mais tempo é A alma perdida da escritora polonesa Olga Tokarczuk, ilustrado pela também polonesa Joanna Concejo com tradução de Gabriel Borwski.


Ele em sua quarta capa contém o seguinte texto: “Esta é uma história que leva o leitor em busca de si mesmo, conduzindo-o a um desenlace maravilhoso e inesperado, como só os grandes contos de fadas são capazes de fazer. Uma história que se abre para o futuro – sem respostas, mas com inúmeras e fascinantes perguntas destinadas a todas as idades.”

Não que eu não compreenda o seu conteúdo. Fico impactada com as múltiplas possibilidades que o texto permite. É fantástico!!!

O mesmo acontece quando leio e releio “Quando eu cresci” que já impacta desde a capa que tem uma raiz atravessando o peito de um menino magro em fase de crescimento. Trata-se de uma HQ publicada em formato de livro e não de revista. Na folha de rosto há as informações de autoria assim: Pierre Paquet (roteiro), Tony Sandoval (arte) e Carol Bensimon (tradução).

Repito - não que eu não compreenda o seu conteúdo, mas apenas uma leitura na basta para perceber texto e ilustração. Não vou fazer um resumo da obra estragando outras possíveis leituras, mas acrescento o final da fala de sua tradutora:

“[...] surpreso e tocado pela beleza da história, o leitor provavelmente decidirá percorrer as páginas uma segunda vez, desvendando assim as evidências cuidadosamente plantadas nas entrelinhas.”

Ops, pensou que eu estava esquecendo? Lá vai a capa.


A imagem da capa, como eu disse é forte, o miolo então nem se fala. Preciso relativizar esse comentário e quando a pandemia da Covid19 acabar quero trocar ideias com adolescentes, pois pode ser forte ou não para uma leitora com mais de 60 anos, mas não será para leitores com menos idade.

Enquanto isso, se outros leitores, quiserem trocar ideias comigo, estou a disposição e vou gostar muito!!!

Referências:

PAQUET, Pierre; SANDOVAL, Tony. Quando eu cresci. São Paulo: Editora Ática, 2011.

TOKARCZUK, Olga; CONCEJO, Joanna. A alma perdida. São Paulo: Todavia, 2020.


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SUELI BORTOLIN

Doutora e Mestre em Ciência da Informação pela UNESP/ Marília. Professora do Departamento de Ciências da Informação do CECA/UEL - Ex-Presidente e Ex-Secretária da ONG Mundoquelê.