Dedico a Ana Paula Pereira que é uma paleontóloga de livros sem palavras.

Hoje a conversa é curta, mas espero que curtam! As palavras são brincantes, elas exercem um grande fascínio em mim.

De vez em quando, ou de vez em sempre, falo que coleciono livros sem texto que também são conhecidos como narrativa visual, livro sem palavras ou como me ensinou outro dia o Rovilson José da Silva (também colunista do site Infohome) livros sem palavras escritas.

Apesar da ausência de conceito e por conta e risco, nos últimos anos, decidi chamá-los de livros sem palavras! Na medida em que encontro novidade conto para a Ana Paula e ela faz o mesmo. Até na semana passada só conhecia livros sem palavras e não sabia da existência da Coleção de gibi intitulada Almanaque Historinhas sem palavras.

Ganhei o exemplar número 5 de presente da Ana Paula Pereira, achei fantástica a ideia do Maurício de Sousa, pois apesar de colecionar obras sem palavras, nunca havia pensado na possibilidade de gibis sem palavras visto que eles são recheados de balões e onomatopeias.

Obviamente que estou garimpando nos sebos virtuais e físicos para conseguir comprar outros números, pois pesquisando no site descobri que Maurício de Sousa lançou 07 números.

Só para aguçar a curiosidade das pessoas que leem esta coluna vou incluir aqui a introdução do exemplar número 5 que temos em mãos:

Pra uma turminha que está acostumada a falar pelos cotovelos, não é fácil ficar de boca fechada... Mas neste Almanaque sem palavras eles ficam quietinhos do começo ao fim! Só a diversão continua a mesma, pois, mesmo sem falar, eles estão em histórias muito engraçadas!

Minha curiosidade aumentou com essa conversa inicial, então fiquei pensando se apropriação desse gênero textual seria maior ou menor com a retirada dos costumeiros balões. E não é que dá certo! A compreensão de cada história flui da mesma forma.

Preciso contar que esses Almanaques não são formados totalmente sem palavras, há sim pistas nos gibis que vão além das caras, bocas e demais expressões corporais do personagem. Por exemplo: tem o título, tem a palavra arroz no pacote, a indicação da venda de cereais e da clínica veterinária. Além disso, tem o símbolo da cruz vermelha – na ambulância, a nota musical no canto passarinho, os ruídos da mastigação dos bichos no zoológico e a palavra cabruum da chuva que talvez nem precisam aparecer ali.

Não quero com isso dizer que as HQs deveriam extinguir as palavras, longe disso. Porém, foi um exercício bem divertido ler as 20 histórias publicadas nesse exemplar que traz a seguinte nota de rodapé: republicação das melhores histórias.

Se você ficou interessada/o dê uma olhada nas capas dos demais números dessa coleção: clique - http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/almanaque-historinhas-sem-palavras-n-1/al011121/79031