BIBLIOTECA ESCOLAR


  • Discussões, debates e reflexões sobre aspectos gerais e específicos da Biblioteca Escolar.

BIBLIOTECA ESCOLAR – FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE ACERVO

Baseada em meus princípios religiosos, coincidências não existem; o que ocorre mesmo é o encontro de sintonias; ou seja, recebemos de volta o que pensamos, daí o alerta para estarmos sempre com pensamentos elevados e positivos...

 

E qual o motivo de um início assim? Pois bem, de acordo com a estratégia utilizada para estes textos sobre Biblioteca Escolar, que seria a mais próxima do ideal traçado pela UNESCO, nesse mês o item é formação e atualização de acervo numa biblioteca escolar. No mês de janeiro minha parceira Maria Helena, descreveu sobre o gato Dewey, na pequena grande biblioteca pública de Spencer; no Yowa, Estados Unidos.

 

Podem estar ainda perguntando, o que tem uma coisa a ver com a outra? Serei mais clara: quando estava preparando o que escrever, tinha em mente colocar sugestões de títulos para o acervo de uma biblioteca escolar. Títulos esses que nesse tempo que trabalho numa, percebi o quanto as crianças apreciam e o tanto que se pode trabalhar com os textos e aí leio a coluna da minha parceira com muita, mas muita surpresa e satisfação. Li o referido livro em novembro, em apenas 4 dias, pois a fila de reserva estava grande e o achei fantástico, então o acrescentei na minha lista de sugestões. Daí eu citar a sintonia em que devíamos estar, sem ao menos perceber e nos darmos conta.

 

O livro realmente é maravilhoso por todos os aspectos já mencionados por ela e não pode deixar de fazer parte do acervo de uma biblioteca escolar. Inclusive, no momento em que escrevo essas linhas, preciso tirar meu gato Ludovico da frente da tela do computador, pois ele também é especial e aprecia leitura e concordo com minha parceira quando ela escreve que toda biblioteca escolar poderia ter um bicho de estimação.

 

O exemplar que temos na biblioteca não fica 2 dias na estante, tanto as crianças quanto os adultos o procuram direto e alguns alunos já vieram perguntar se nós poderíamos criar um gato assim, lá dentro. Esse livro nos deu uma idéia bastante peculiar e criativa, que é a de separar e expor todos os livros, infantis ou não, que tratam sobre animais. Percebemos que é mais uma forma de conquistar os alunos e fazer com que aqueles que ainda não possuem o prazer, explícito, pela leitura da literatura infanto-juvenil tradicional, possam usufruí-lo pelo texto dos livros com animais e assim irem se apropriando aos poucos dos demais textos.

 

O mercado editorial também já pensou e aposta neste segmento animal como pretexto para atrair leitores jovens e está conseguindo. Existem vários títulos sobre animais de diferentes espécies, pois o gosto da criançada difere muito. Há os que adoram gatos e cachorros; os que preferem ratos, hamsters, furão, etc; os que curtem pássaros e aves; aqueles que apreciam golfinhos, peixes em geral, desde o mais simples ao mais exótico; tem ainda os que preferem mais adrenalina possuindo bichos mais ousados, como as iguanas, etc. Enfim, se o(a) responsável pela formação do acervo na biblioteca escolar estiver antenado nesses fatos, poderá conquistar muito mais leitores. Daí a necessidade de conhecer, e muito bem o perfil do usuário da biblioteca escolar e também se manter atualizado(a) com o que acontece no mundo dos livros e da informação como um todo.  

 

Depois desse pequeno prólogo, podemos entrar no item Formação do acervo que nada mais é do que a base material sobre a qual são realizados os serviços meio e fim em uma biblioteca.

 

Sua composição deve ter como parâmetro o perfil dos usuários que ela atende, ou seja, após ter claro qual o público alvo de sua biblioteca, a constituição do acervo poderá ser definida.

 

Para uma biblioteca escolar atender com qualidade, eficácia, eficiência e conseguir atingir seus objetivos, são necessários os seguintes recursos, considerados básicos:

 

1) livros didáticos, principalmente os adotados pela escola; 2) livros paradidáticos, os que servem de apoio às diferentes disciplinas; 3) dicionários linguísticos e especializados; 4) enciclopédias (ainda não substituídas pela Internet; 5) literatura infanto-juvenil e adulta; 6) guias (de ruas, de estudantes, de escolas, etc); 7)  atlas geográficos, históricos e de ciências; 8) Jornais; 9) periódicos que atendam tanto aos alunos quanto os professores, pois existem títulos somente para o corpo docente e que são ótimos; 10) livros de arte; 11) Histórias em quadrinhos; 12) gibis diversos; 13) hemeroteca (artigos de jornais e revistas indexados); 14) catálogos e folders; 15) CDS de músicas e histórias infantis; 16) DVDs de desenhos animados, de astronomia, de história geral (Guerras e revoluções), etc; 17) fitas de vídeo, quando a escola ainda não possuir DVD; 18) mapas históricos, geográficos e de ciências; 19) coleções diversas – muito utilizadas desde a educação infantil até o 5° ano de E.F.; etc.

 

Todos esses recursos informacionais precisam e devem ser constantemente atualizados e revisados (reencadernados quando necessário), para que os usuários tenham retorno correto e seguro quanto à informação que buscam.

 

Vale ressaltar que atualmente uma biblioteca escolar deve reunir recursos de diferentes tipos, como texto, imagem, som e movimento que permitem não apenas a tradicional leitura linear, mas também a leitura hipertextual e interativa.

 

Outro ponto a ser mencionado é quanto ao livro do professor, aquele que contém as respostas. Esse é o pomo de Adão de muitas bibliotecas, pois enquanto existem os que abominam esses livros, há os que os conjugam harmoniosamente no acervo, sem problema algum. O que deve haver, isto sim, é uma comunicação clara e aberta entre a biblioteca e os professores sobre onde e como manter esses livros, mesmo porque, existem bibliotecas que não possuem orçamentos próprios (ou são parcos) e que só recebem títulos atualizados, vindos gratuitamente das editoras. Então, porque não trabalhar de uma forma positiva com eles? O ideal é não ter livros com respostas no acervo, porém o bom senso e as parcerias devem se manifestar nesse caso. Conheço bibliotecários que já tiveram o capricho de arrancar as folhas com respostas e colocar os livros na estante para serem devidamente utilizados pelos alunos. Outros já os arquivam separados do acervo geral, liberando-os apenas para professores. O que não deve acontecer é deixá-los perdidos.

 

Importante também é ter no acervo livros grandes, tanto faz com capa dura ou brochura, mas que sejam bastante ilustrados, para os pequenos, pois chama muita a atenção e, nas faixas iniciais, eles aprendem a ler e interagir por meio das figuras.

 

O acervo da biblioteca escolar precisa ser contemplado também com contos e lendas diversas, não somente as nacionais, mas também de outros países, de outras raças, para que a criança entre em contato com outras histórias, enriquecendo e aumentando, dessa forma, seu repertório cultural.

 

Outra sugestão que quero compartilhar é sobre alguns dos livros infanto-juvenis que tratam de leitura, biblioteca, e, ao mesmo tempo, de animais. Por exemplo:

 

- SEGATO, Carlos Augusto. Um rato na biblioteca. São Paulo: Atual, 1996.

- BIERMANN, Franziska. Sr. Raposo adora livros! São Paulo: Cosac Naify, 2004.

- MILLAN, José Antonio. O pequeno livro que não tinha título. São Paulo: Paulinas, 2001.

- PECHLIVANIS, Marina.  O guardador de palavras. São Paulo: Saraiva, 2003.

- Um rato que queria ser sábio. São Paulo: Paulinas, 1989.

- PIEDADE, Amir dos Santos. O bibliotecário feiticeiro. São Paulo: AM Edições, 1993.

- GOULART, Alcides. As aventuras de Tato. São Paulo: Editora Jovem, 2007.

- LEWECKI, Glaucia. Era mais uma vez outra vez. São Paulo: Edições SM, 2007.

- THOMPSON, Colin. Como viver para sempre. São Paulo: Brinque-Book, 1996.

- LASKY, Kathryn. O bibliotecário que mediu a terra. São Paulo: Salamandra, 2001.

- CARRASCOZA, João Anzanello. O homem que lia as pessoas. São Paulo: Edições SM, 2007.

- BROOKS, Geraldine. As memórias do livro: romance sobre o manuscrito de Saravejo.   Rio de Janeiro: Ediouro, 2008.

- QUEIRÓZ, Bartolomeu Campos de. Para ler em silencio. São Paulo: Moderna, 2007.

- SALES, Luiz Carlos. Aventuras com golfinhos. São Paulo: Totalidade, 2008.

- SALES, L.C.  Didi uma vira-lata de raça. São Paulo: Ed. do autor, 2006.

- MYRON, Vicki. Dewey – um gato entre livros. São Paulo: Globo, 2008.

- O’BRIEN, Stacey. Wesley: a incrível história da amizade entre uma garota e sua coruja. São Paulo: Globo, 2008.

- SERRANO, Sérgio Palmiro. A misteriosa caixa do contador de histórias. São Paulo: Paulinas, 2006.

 

Coleções:

- Jovem Cientista; Desventuras em Série; Deltora Quest; Mortos de Fama; Fronteiras do Universo; Bruxa Onilda; Salve-se quem puder; Para gostar de ler; Para gostar de ler júnior; Reencontro Infantil e Juvenil; Desventuras em Série; Memória e História; Quem tem medo?; Aconteceu comigo; Brincando na rede; Escola do terror; Terapia Infantil; Crianças Famosas; Judy Moody, entre tantas outras que “enchem” os olhos da criançada e dos jovens leitores.

 

São títulos que devem fazer parte integrante do universo de uma biblioteca escolar.

 

“O principal valor de um livro é a própria leitura e aquilo que o ato de ler provoca em cada um.”

(MB)

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MARILUCIA BERNARDI

Formada pela PUCCampinas. Atualmente elabora projetos para formação de Biblioteca Particular (Pessoal), oferece apoio a Bibliotecas Escolares e é aluna da Faculdade da Terceira Idade, da UNIVAP, em Campos do Jordão. Ministrou aulas de Literatura e Comunicação, por dois anos, na Faculdade da Terceira Idade. Atuou na Escola Estadual Prof. Theodoro Corrêa Cintra, em Campos do Jordão, pela ONG AMECampos do Jordão. Trabalhou na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo; na Metal Leve; chefiou a Biblioteca da Faculdade Anhembi-Morumbi e foi encarregada da biblioteca do Colégio Santa Maria. Possui textos publicados e ministrou diversas palestras sobre Biblioteca Escolar.?

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MARIA HELENA T. C. BARROS

Livre-docente em Disseminação da Informação (UNESP); Doutora em Ciências da Comunicação (USP); Mestre em Biblioteconomia (PUCCAMP); Especialista em Ação Cultural (USP); Formada em Biblioteconomia e Cultura Geral (Fac. Filosofia Sedes Sapientiae); Autora de livros e artigos científicos publicados no Brasil e no Exterior