BIBLIOTECA ESCOLAR ATIVA NAS FÉRIAS?
Quando comecei a pensar e rabiscar sobre o que deveria escrever para o mês em curso, me deparei com um tema que considero bastante importante e pouco discutido, ou seja, como
Não me recordo de ter lido ou ouvido algo a respeito e então resolvi escrever sobre isso e tentar abrir um espaço para reflexão, ou seja, quais outros serviços que
As bibliotecas públicas já fazem esse trabalho durante as férias. Promovem inúmeras atividades para o público em geral, mas em biblioteca escolar, principalmente particular, eu desconheço.
Essa questão de fazer com que as bibliotecas escolares tenham maior público, inclusive, foi parte de um debate no último COLE, realizado em Campinas, no mês passado – Bibliotecas: desafios e práticas (Gláucia Mollo) que cita: “...nos shoppings, vemos enormes livrarias lotadas de leitores, mas as bibliotecas, muitas vezes, estão vazias. Por que existe essa diferença?”
Claro que essas diferenças que Gláucia questiona existem em função de alguns pontos, tais como o horário que as livrarias permanecem abertas e que as bibliotecas, geralmente, não podem ficar; a diversidade e quantidade de títulos novos a oferecer é um dos maiores atrativos das livrarias, contrapondo-se as bibliotecas, que não reúnem condições financeiras para tal.
Não fiz nenhum estudo profundo disso, mas é interessante notar que houve um aumento, considerável, no número de livrarias, enquanto muitas bibliotecas foram fechadas, o que acrescenta mais um ponto nas diferenças entre uma e outra.
Por essas e outras razões é que devemos refletir e discutir sobre mudanças na organização e administração da biblioteca escolar. E um começo seria abrí-la no período de férias.
No colégio onde trabalho, por norma interna da biblioteca, o empréstimo, nesse período, é permitido apenas para professores e funcionários e no caso de alunos, cada caso é resolvido particularmente.
Há tempos, quando questionada sobre o motivo de não efetuarmos empréstimos nesse período, fizemos uma enquete junto a outras bibliotecas e colegas bibliotecários e sentimos a mesma dificuldade, ou seja, como as famílias viajam, estava se tornando freqüente o grande atraso na devolução dos livros e até mesmo perda ou esquecimento em outra cidade, onde estiveram, por exemplo na casa de um parente, daí a suspensão do serviço nas férias.
Desde 2008, entretanto, notamos que um percentual razoável de mães solicitaram o empréstimo para julho, alegando que ficariam em casa e gostariam que seus filhos e até elas mesmas pudessem ter outra alternativa de lazer, assim como aprimorar a leitura e auxiliar os filhos nos estudos.
Agora em 2009 esse número aumentou e resolvemos abrir, um pouco mais, o empréstimo para alunos e familiares, sem contudo ampliar o prazo, obrigando-os a efetuar a renovação, até mesmo via telefone.
Ao findar o período, pudemos avaliar muito positivamente a experiência realizada, pois muitas mães e mesmo os alunos nos ligaram nas férias, ainda que estivessem fora da cidade, para a renovação dos recursos
Se tratarmos somente de empréstimos, já temos, felizmente, algumas
Outro bom caminho é
Fazendo uma rápida pesquisa via internet, pude constatar que várias bibliotecas públicas municipais, não só de São Paulo, mas no Interior e mesmo fora do país, já possuem essa prática. Entrei num blog de uma rede de bibliotecas escolares
Essas bibliotecas escolares elaboraram, em 2008, durante a comemoração do Mês Internacional da Biblioteca Escolar um projeto que possibilitou o acesso de todos da comunidade à biblioteca escolar, assim como realizaram visitas entre bibliotecas escolares e entre estas e
Como soa bem esse nome!!!! Embora esse projeto tenha sido realizado no mês de novembro, e não de recesso escolar, acho a idéia excelente para que possamos discutir a viabilidade de adaptá-la à nossa realidade.
Aqui no Brasil, mais precisamente
Por que não pensarmos também em trazer alunos da rede pública, durante as férias escolares, na biblioteca escolar particular, que, via de regra, se encontra com mais e melhores condições de atendimento? Por que não proporcionar um encontro entre alunos da rede pública e os da particular? Por que não viabilizar e programar sessões de filmes e/ou contação de histórias; exposições temáticas, etc; Por que não abrir as portas da biblioteca para o público do entorno, morador do bairro? Enfim, existe um leque bastante amplo de atrações que
Por experiência, muitos dos serviços que
O recesso escolar é o período que colocamos os serviços técnicos e administrativos em dia; é o momento do inventário do acervo; época dos consertos e acertos; período de limpeza geral e minuciosa, e outras questões inerentes a uma biblioteca escolar. Apesar de todos esses serviços importantes e necessários, creio que se for elaborado um cronograma para a realização dessas tarefas e, igualmente, um para atividades de lazer, haverá condições de abertura da biblioteca.
Será uma oportunidade para que as famílias conheçam melhor
Como Gláucia Mollo destaca, “o desafio é descobrir o que as bibliotecas precisam para funcionar a contento, como centros de cultura e informação, e que sejam para sua própria sobrevivência.”
Eu ouso afirmar que, ao conseguir uma programação adequada e atraente para diferentes públicos, interno e externo, nas férias, com certeza,