LITERATURA INFANTOJUVENIL


HUGO CABRET

É impossível não amar Hugo Cabret, é impossível não mergulhar no mundo misterioso desse menino. Foi impossível colocar o livro A invenção de Hugo Cabret  na biblioteca lá de casa, queria que ele ficasse na cabeceira da minha cama. Outra possibilidade é vê-lo nas mãos de diversos leitores. Digo diversos porque já ofereci emprestado para várias pessoas (adolescentes e adultos), porém, antes disso segurei para findar este Coluna.

 

Como ganhei este presente:

 

Foi na minha última aula de 2015, isto é, dia 21 de dezembro quando meu aluno José Roberto Nogueira da Cruz Maia (Beto) me abordou da seguinte forma: - professora eu comprei um presente pra você que é a sua cara! Gostei muito de ganhar o presente (quem não gosta de ganhar livros?). Eu já era fã do Beto, pois, sempre que possível, trocamos ideias literárias. Quanto ao livro, foi amor à primeira vista! Encantei-me com o livro, desde as suas ilustrações que aparecem em bloco ou de forma abrupta no decorrer da história. E o texto então, é sensacional!

 

Amigos já tinham me sugerido assistir o filme, mas adiei, pois gosto de primeiro ler o livro (apego de bibliotecária) para depois assistir o filme. (Exceção eu abri nos dias de festas em dezembro, quando assisti ao filme Para sempre Alice, antes de terminar o livro, mas isso merece uma conversa mais longa...).

 

Hugo Cabret é um personagem-criança que assusta pela sua maturidade e capacidade de driblar as durezas de uma vida sem-pai-sem-mãe, com um tio alcoólatra e alguns adultos, nada bondosos, pegando no seu pé, entre eles, o policial da estação que desconfia dele, mas nunca consegue pegá-lo.

 

Um dia, seu tio desaparece misteriosamente e Hugo, por não ter onde morar, começa a cumprir a tarefa do tio que era responsável em manter ajustado diariamente os relógios de uma estação de trem em Paris.

 

Assim ele passa seus dias levando uma vida quase-invisível na estação. Quando chega a noite, para não morrer de fome, ele sai para roubar leite e pão.

 

Entre os adultos que o perseguem, há um senhor amargurado que tem uma loja para consertar brinquedos e é de lá que ele rouba peças para terminar um homem mecânico iniciado pelo seu pai antes de morrer. Para ele, terminar de montar esse homem, significa realizar um sonho do pai e, quem sabe, conseguir uma comunicação com seu pai que tanto lhe faz falta.

 

Certo dia o homem carrancudo da loja de brinquedo o pega roubando um rato de corda e, percebendo a habilidade do menino, ameaça de entregá-lo ao policial, caso não trabalhe com ele consertando brinquedos.

 

É na loja de brinquedos que ele conhece a afilhada/sobrinha do dono, uma menina tão inteligente e curiosa quanto ele. Ela adora mistérios e não sossega enquanto não consegue desvendar os segredos de Hugo Cabret e acaba descobrindo que há segredos dos dois lados, do lado dele um homem mecânico que depois de consertado escreveu Georges Méliés e, do lado dela, um padrinho que fora no passado um famoso cineasta e que se chama Georges Méliés.

 

Penso que você leitor deve ir atrás dessa trama, buscando nesse livro ou no filme (peguei para assistir assim que terminei a leitura do livro) os fios soltos, conectando-os para conhecer um texto literário de qualidade, sensibilidade e muita beleza.

 

Ótima leitura: seja ela impressa ou imagética!

 

SELZNICK, Brian. A Invenção de Hugo Cabret. São Paulo: Edições SM, 2007.


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SUELI BORTOLIN

Doutora e Mestre em Ciência da Informação pela UNESP/ Marília. Professora do Departamento de Ciências da Informação do CECA/UEL - Ex-Presidente e Ex-Secretária da ONG Mundoquelê.